terça-feira, 16 de junho de 2009

Mulher alega legítima defesa

Viúva confessa, através do advogado, que matou o marido porque ele a ameaçou e tentou agredi-la e ao filho de 5 anos em apartamento na Barra. Ela está foragida e tenta anulação da decretação de prisão temporária de cinco dias

Rio - Procurada pela morte do marido, o empresário Renato Biasotto, 52 anos, assassinado sábado em seu apartamento na Barra da Tijuca, Alessandra D’Ávila Nunes, 35, confessou ser a autora do crime. Mas ela alega legítima defesa.
Segundo Mário de Oliveira Filho, advogado de Alessandra, ela atingiu Renato com uma faca de cozinha porque ele a agrediu e ameaçou matá-la e também ao filho do casal, de 5 anos, que assistiu à briga e aos últimos momentos de vida do pai.
A faca usada no crime foi apreendida ontem pela polícia no apartamento do casal, no condomínio de luxo na Avenida Lúcio Costa, na Barra.
Ontem, na 16ª DP (Barra da Tijuca), o advogado Mário de Oliveira Filho informou que não há data prevista para sua cliente se apresentar à polícia.
Segundo o advogado, Alessandra contou que Renato começou a discutir e a xingá-la após um casal amigo, convidado para jantar, deixar o apartamento.
A briga seria motivada por ciúme. “Ele queria saber com quem ela se correspondia tanto no Orkut e por que seu celular estava sempre no modo vibração”, explicou o advogado. “Nos últimos três anos, desde que largou o trabalho, Renato dedicava sua vida a fiscalizar a dela”, completou.
Alessandra relatou também ao advogado que recebeu uma “gravata” de Renato no banheiro, mas se desvencilhou e correu para a cozinha. Lá, teria sido imobilizada de novo pelo pescoço e recebido forte soco nas costas.
Acordado pelos gritos, o filho teria se agarrado às pernas da mãe e pedido ao pai para parar com as agressões, mas Renato, segundo Alessandra contou ao advogado, teria respondido que mataria os dois. Em seguida, ela apanhou a faca num faqueiro sobre a geladeira e o atingiu.
Alessandra fez exame particular que, segundo o advogado, comprova as agressões sofridas. Oliveira Filho vai entregar à polícia o laudo e fotos das lesões. O advogado afirmou, no entanto, que, antes de Alessandra se entregar à polícia, ele tentará revogar a prisão temporária de cinco dias.

Amigo diz que Renato era dedicado
Amigo da família de Renato, o advogado João Mestieri disse ontem que Alessandra é agressiva e já tinha ouvido relatos sobre o relacionamento conturbado do casal. Segundo ele, a mãe da vítima, de 78 anos, está chocada.
“Não sei se ele era ciumento, mas era muito dedicado. Acho que ela usou agressividade desproporcional”, disse.Ontem, o casal que estava no apartamento pouco antes do crime depôs na 16ª DP. Abalado, Eduardo Pedrosa disse que o clima durante o jantar foi tranquilo e que não notou problema entre Alessandra e Renato.

Luta corporal, corte no rosto e facada profunda no tórax
O delegado da 16ª DP, Carlos Augusto Nogueira, afirma que ainda não está convencido da versão de legítima defesa alegada por Alessandra D’Ávila Nunes e classifica como “estranha” a recusa dela em procurar a polícia. As buscas por Alessandra continuam — ela é considerada foragida. Para o delegado, há contradições nos depoimentos tomados até agora. Segundo ele, que ainda não recebeu o laudo de exame cadavérico do IML, análise preliminar do corpo indica sinais de luta corporal, corte no rosto e uma facada profunda no tórax.Segundo o advogado Mário de Oliveira Filho, Alessandra não procurou a 16ª DP logo após o crime por que temia que algum policial da delegacia pudesse conhecer Renato — ela imaginou que pudessem ser clientes na academia da qual seu marido foi dono.A ida à 15ª DP (Gávea) teria sido sugerida a Alessandra por um policial amigo, mas ela também não comunicou o fato nesta delegacia. Alessandra teria alegado que o seu atendimento poderia demorar, pois o plantão estava muito movimentado, e precisava acudir o filho, que estaria em choque.


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