quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Melhorar o íntimo das pessoas mais que mudar o Direito


A Medicina surgiu ligada à Religião, mantendo essa característica até hoje nas culturas mais primitivas, por exemplo, nas tribos indígenas através da figura dos pajés.
Divulga-se cada vez mais, no Ocidente, a tese do ser humano como ser imaterial (alma) que dirige um hardware (corpo) por intermédio de um software de alta qualidade.
A Medicina tem evoluído no sentido do tratamento da mente como meio de curar o corpo, na linha ideológica de BERBIE S. SIEGEL e muitos outros.
Há quem tente antecipar o futuro afirmando que a Medicina se tornará Psicologia.
Quanto ao Direito, também surgiu ligado à Religião, somente se desvinculando, no Ocidente, no geral após a Revolução Francesa.
Tem funcionado, em outros termos, como regulador das “quedas de braço” entre pessoas e nações, umas e outras com fortes tendências ao abuso e desrespeito aos direitos alheios.
Na regulação dos contatos interpessoais e internacionais cada vez menos se concedem privilégios a uma aristocracia dotada de habilidade para dominar as populações.
As desigualdades vêm sendo reduzidas lenta e cautelosamente, mas cada vez mais.
O Direito criou um membro executor que é a Justiça, até hoje voltada sobretudo para a inflição de castigos aos infratores. Com sua evolução, esse membro deverá caracterizar-se mais pelo aspecto pedagógico.
Pode-se acreditar que o Direito passará a ser Pedagogia.
A evolução do Direito e da Medicina (e dos demais ramos do Conhecimento) dependem da melhor compreensão da essência do ser humano, deixando de tratá-lo, no mundo ocidental, como mera “casualidade física” para ser visto e reconhecido como “ser espiritual” com todas as consequências que essa constatação acarreta.
Deixamos de ter como objetivo unicamente a conquista de bens materiais e passamos a interessar-nos pelo nosso aperfeiçoamento moral e espiritual.
As experimentações capitalistas e socialistas não deram certo porque não mudaram a intimidade do ser humano, permanecendo egoísta e muitas vezes desonesto.
Somente com a melhoria interior, teremos cidadãos vocacionados para as causas públicas, com pouca necessidade de contenções e punições e inclinados a servir à coletividade.
Não se trata de utopia, mas sim de uma realidade que, aos poucos, vai-se desenhando.
O trabalho de conscientização é mais importante do que o aperfeiçoamento das técnicas regulatórias dos conflitos interpessoais e internacionais.
Em suma, tudo começa pelo próprio ser humano e nele termina.

Luiz Guilherme Marques

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