quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Pedofilia em Catanduva: Erros de delegadas ajudam rede de pedofilia


Chico Siqueira
Direto de Araçatuba
Depois de nove meses de investigações, a corregedoria da Polícia Civil afirmou que as delegadas Maria Cecília de Castro Sanches e Rosana da Silva Vanni falharam na condução dos inquéritos policiais que apuraram as denúncias de abuso sexual contra 50crianças da periferia de Catanduva (SP) por uma suposta rede de pedófilos. Segundo a corregedoria, entre as falhas está a contribuição para a destruição de provas contra suspeitos.
As falhas, segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, facilitaram para que suspeitos escapassem da prisão e teriam contribuído para que possíveis provas contra acusados fossem destruídas ou não chegassem às mãos das autoridades. Até agora, apenas dois acusados - um borracheiro e seu sobrinho - estão presos. Um médico e um empresário da cidade chegaram a ter prisão decretada, mas conseguiram habeas corpus.
As investigações da Corregedoria culminaram num relatório de mil páginas, entregue nesta quinta-feira ao corregedor-chefe em São José do Rio Preto, Emílio Paschoal, que abrirá processo administrativo para apurar as responsabilidades das duas delegadas. "Ao final do processo, a Corregedoria poderá sugerir a punição das duas, caso conclua que são culpadas; ou sugerir a absolvição, se achar que são inocentes", disse Paschoal.
De acordo com o relatório, a delegada Maria Cecília, que presidiu o primeiro inquérito sobre as denúncias, falhou ao deixar de investigar suspeitos apontados pelas crianças. Ela também teria deixado de apurar a identidade de dois suspeitos que aparecem numa fotografia apreendida pela polícia. Os dois seriam um ex-funcionário do empresário e o filho de um conhecido comerciante da cidade.
Essas falhas levaram pais das crianças para o fórum da cidade. Depois de não conseguir falar com representante do Ministério Público, os pais tiveram uma audiência com a juíza da Infância e da Juventude de Catanduva, Sueli Juarez Corrêa. Depois de ouvir as denúncias, a juíza determinou a abertura de um segundo inquérito para corrigir os erros do primeiro.
Escolhida para presidir o segundo inquérito, a delegada Rosana Vanni ouviu novamente as crianças, mas no dia 20 de fevereiro teria falhado ao avisar, com antecedência, o advogado do médico suspeito de que faria buscas na casa deste. Quando os policiais chegaram à casa do médico, o CPU do computador havia sido retirado, impedindo assim a coleta de supostas provas. Somente cinco dias depois é que o computador foi apreendido.
Em depoimento à CPI, Rosana disse ter falhado ao avisar o advogado sobre a diligência que faria em seguida. A situação levou o senador Magno Malta (ES-PR) a afirmar, em sessão da CPI realizada em Catanduva, que o erro da delegada poderia ter comprometido todas as investigações para prender os integrantes ricos da suposta rede de pedofilia.
Procurada ontem, delegada Maria Cecília não quis comentar o assunto. "Não tenho nada a declarar. Acho que você pode procurar a corregedoria, pode ser que eles tenham (alguma informação)", disse ela. Já a delegada Rosana não foi localizada nem em seu celular, que estava desligado, nem no 2º Distrito Policial de Catanduva, onde trabalha. Um agente e um escrivão disseram que a delegada, que estivera de plantão na noite anterior, não tinha hora para retornar ao trabalho.
As apurações sobre os abusos contra as crianças ainda continuam no Ministério Público Estadual, onde o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) trabalha na conclusão de perícias em computadores apreendidos e na análise de interceptações telefônicas feitas durante as investigações. No entanto, nenhum relatório conclusivo foi divulgado.

Fonte: Portal Terra

Um comentário:

  1. Essas falhas dos Delegados da Polícia Civil de São Paulo tem se tornado uma constância, principalmente quando se trata de criminosos influentes e pertencentes à MAÇONARIA. No estado de São Paulo existem vários casos e que se tem notado um retardamento para se ouvir vítimas e testemunhas. E tem se observado que o agressor e seus familiares tem procurado familiares de outras vítimas. E ainda se recusam a fazer exames médicos complementares, pois segundo COLOPROCTOLOGISTAS é possível detectar lesões permanentes em muitos casos. SE NÃO HA INTERESSE da POLÍCIA, nem dos familiares das vítimas é porque? .......(para um bom entendedor meia palavra basta) É BOM O NOSSO CONGRESSO NACIONAL, CNJ, PROCURADORIA FEDERAL e PROCURADORIAS ESTADUAIS de toda a Federação, bem como a POPULAÇÃO em geral começar a prestar ATENÇÃO nesses detalhes.

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