Começou nesta quarta-feira, em Zurique, o julgamento da advogada Paula Oliveira, acusada de ludibriar a Justiça suíça ao afirmar à polícia ter sido atacada por um grupo de neonazistas em fevereiro deste ano.
No tribunal, a ré desmentiu a confissão que fizera a policiais, na qual reconhecera ter mentido sobre o ataque. “Não consigo me lembrar de nada”, afirmou.
Mas ao responder à pergunta da juíza Eleonora Lichti, sobre o suposto ataque que diz ter sofrido, a brasileira disse: “Essa é a verdade que está guardada na minha memória”, segundo publicou o site do jornal suíço 20min.
Quando a juíza perguntou qual a razão de ter admitido a mentira, Paula afirmou que estava em estado de choque, que queria fugir do assédio da mídia e que os policiais, na ocasião do depoimento, teriam garantido que tudo acabaria mais rápido se ela fizesse uma confissão.
A brasileira chegou ao tribunal acompanhada de seu advogado, vestida de preto e com a cabeça coberta por um pano negro. Ela está sendo julgada desde as 9h30, hora local. A sessão está prevista para durar o dia inteiro.
Devido ao grande interesse da imprensa local, o julgamento foi transferido para uma sala maior do edifício do tribunal distrital de Zurique.
Multa
A promotoria não pediu pena de prisão, mas quer que a ré seja punida com uma multa em dinheiro.
Ela é acusada de ter ludibriado a Justiça e de ter se auto-mutilado com uma faca no dia 9 de fevereiro passado, fazendo cerca de 200 marcas em diversas partes do corpo, no banheiro da estação de trem de Stettbach, nos arredores de Zurique. Ela também é acusada de ter afirmado para a polícia que fora vítima de um ataque de neonazistas.
O advogado de Paula, Roger Müller, divulgou há dois meses um comunicado informando que "Paula não reconhece a acusação formulada pela Procuradoria Superior do Ministério Público do Cantão de Zurique". Ele insiste que ela é inocente.
A defesa alega que a brasileira sofre de problemas mentais. Ela chegou a ser internada em uma clínica psiquiátrica em Zurique, após o incidente. Mas para o veredicto, o tribunal levará em consideração somente o estado mental de Paula no momento do suposto ataque.
A defesa anunciou que vai levar à Justiça outras provas a favor da versão de Paula.
O caso Paula Oliveira criou uma tensão diplomática entre o Brasil e a Suíça porque a advogada de 27 anos, que vivia legalmente na Suíça, disse à polícia de Zurique ter sido vítima de um ataque xenófobo realizado por um grupo de neonazistas.
A brasileira disse que estava grávida e que havia perdido gêmeos quando os agressores marcaram, à faca, na barriga e nas pernas, as iniciais “SVP”, siglas de um partido de extrema direita suíço.
O caso, entretanto, mudou de direção após exames clínicos provarem que a brasileira havia mentido em seu depoimento e após exames ginecológicos atestarem que ela não estava grávida.
O incidente causou comoção não apenas no Brasil, mas também na Suíça. O SVP repetidamente pediu a expulsão da brasileira do país.
Marcio Damasceno
De Berlim para a BBC Brasil
BBC Brasil
No tribunal, a ré desmentiu a confissão que fizera a policiais, na qual reconhecera ter mentido sobre o ataque. “Não consigo me lembrar de nada”, afirmou.
Mas ao responder à pergunta da juíza Eleonora Lichti, sobre o suposto ataque que diz ter sofrido, a brasileira disse: “Essa é a verdade que está guardada na minha memória”, segundo publicou o site do jornal suíço 20min.
Quando a juíza perguntou qual a razão de ter admitido a mentira, Paula afirmou que estava em estado de choque, que queria fugir do assédio da mídia e que os policiais, na ocasião do depoimento, teriam garantido que tudo acabaria mais rápido se ela fizesse uma confissão.
A brasileira chegou ao tribunal acompanhada de seu advogado, vestida de preto e com a cabeça coberta por um pano negro. Ela está sendo julgada desde as 9h30, hora local. A sessão está prevista para durar o dia inteiro.
Devido ao grande interesse da imprensa local, o julgamento foi transferido para uma sala maior do edifício do tribunal distrital de Zurique.
Multa
A promotoria não pediu pena de prisão, mas quer que a ré seja punida com uma multa em dinheiro.
Ela é acusada de ter ludibriado a Justiça e de ter se auto-mutilado com uma faca no dia 9 de fevereiro passado, fazendo cerca de 200 marcas em diversas partes do corpo, no banheiro da estação de trem de Stettbach, nos arredores de Zurique. Ela também é acusada de ter afirmado para a polícia que fora vítima de um ataque de neonazistas.
O advogado de Paula, Roger Müller, divulgou há dois meses um comunicado informando que "Paula não reconhece a acusação formulada pela Procuradoria Superior do Ministério Público do Cantão de Zurique". Ele insiste que ela é inocente.
A defesa alega que a brasileira sofre de problemas mentais. Ela chegou a ser internada em uma clínica psiquiátrica em Zurique, após o incidente. Mas para o veredicto, o tribunal levará em consideração somente o estado mental de Paula no momento do suposto ataque.
A defesa anunciou que vai levar à Justiça outras provas a favor da versão de Paula.
O caso Paula Oliveira criou uma tensão diplomática entre o Brasil e a Suíça porque a advogada de 27 anos, que vivia legalmente na Suíça, disse à polícia de Zurique ter sido vítima de um ataque xenófobo realizado por um grupo de neonazistas.
A brasileira disse que estava grávida e que havia perdido gêmeos quando os agressores marcaram, à faca, na barriga e nas pernas, as iniciais “SVP”, siglas de um partido de extrema direita suíço.
O caso, entretanto, mudou de direção após exames clínicos provarem que a brasileira havia mentido em seu depoimento e após exames ginecológicos atestarem que ela não estava grávida.
O incidente causou comoção não apenas no Brasil, mas também na Suíça. O SVP repetidamente pediu a expulsão da brasileira do país.
Marcio Damasceno
De Berlim para a BBC Brasil
BBC Brasil
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