quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Padrasto some e se transforma no principal suspeito de ter colocado as 50 agulhas em menino de 2 anos na Bahia

SÃO PAULO - O padrasto é o principal suspeito de ter colocado as cerca de 50 agulhas no corpo do menino de 2 anos que está internado no Hospital Oeste, na Bahia. Uma das agulhas perfurou o pulmão da criança e os médicos dizem que nem todas serão retiradas. Quando perguntam quem fez isso com ele, o garoto chora e não responde. Não há sinais de infecção. Inicialmente, a polícia havia dito que o padrastro tratava bem o garoto.
A polícia trata o caso como tentativa de homicídio. Desde a manhã de ontem, o padrasto está desaparecido e, por isso, passou a ser o principal suspeito do crime. O delegado de Ibotirama, Hélder Fernandes Santana, não deu novos detalhes da investigação. Nesta terça, a avó do menino, que fica com ele enquanto a mãe dele trabalha, Adeli Santos, disse que só tem uma agulha em casa e que ela fica guardada, longe das crianças. Oito pessoas devem ser ouvidas até o fim da semana.
O médico que atendeu o menino pela primeira vez e descobriu a existência das agulhas acredita que elas não foram introduzidas de uma só vez, mas ao longo de um tempo. Desta vez, porém, o menino passou mal porque a agulha atingiu o pulmão e ele começou a sentir dores.
- Isso vinha progressivamente sendo feito, sendo colocado em várias partes do corpo. E desta vez houve o comprometimento do pulmão, perfurado por algum grupo de agulhas, que fez com que ele viesse para o hospital, que fez com que o caso viesse à tona, para todo mundo saber - disse o médico Gilmar Calazans.


O menino não apresenta marcas ou hematomas na pele. O pediatra Uenis Tannuri afirmou que dificilmente as agulhas seriam colocadas todas de uma vez e explicou que há cerca de 10 anos já houve um caso parecido, e a criança evoluiu bem.
- De uma só vez até poderia suportar, mas provavelmente haveria marcas no corpo da criança. É muito dificil dizer se deram alguma droga, para dopar a criança, no momento em que se fazia esses procedimentos. Criança, uma pessoa consegue segurar, ainda mais uma criança de 2 anos. É possível fazer o procedimento, como são agulhas de costura, não tem um cabeçote, são totalmente introduzidas no corpo da criança - disse Tannuri.
Os médicos do Hospital Oeste dizem que só serão retiradas as agulhas cujos procedimentos não coloquem em risco a vida do menino. Ele está consciente, ainda reclama de dores, e pede para ir para casa. As radiografias detectaram até agora 42 agulhas. Uma delas está alojada dentro do fígado e dificilmente será retirada, pois a cirurgia causaria lesão maior do que o comprometimento causado pela agulha.
A mãe do menino, a doméstica Maria Souza Santos, diz que não sabe como isso aconteceu. O menino tem agulhas no pescoço, abdômen, nas pernas, no tórax e no sistema digestivo.
De acordo com uma nota enviada pela assessoria de imprensa do Hospital do Oeste, em Barreiras, a criança deu entrada na madrugada de domingo e depois de passar por exames, a equipe médica identificou que a criança estava com dezenas de agulhas dentro do corpo. Os médicos disseram que da forma como estão espalhadas pelo corpo do garoto, as agulhas dificilmente foram engolidas.


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