O médico (à esq.) diz que não faz cirurgia ilegal. Sua paciente (à dir.) diz que foi enganada e prejudicada. Outras 11 famílias dizem o mesmo e buscam justiça
O médico Aureo Ludovico de Paula terá de se defender na Justiça Federal da acusação de usar pacientes como "vítmas/cobaias" de técnicas experimentais
O médico Aureo Ludovico de Paula tornou-se conhecido por realizar operações que prometem curar o diabetes. Agora, terá de se defender na Justiça Federal da acusação de praticar em seres humanos técnicas experimentais de medicina. Segundo a Procuradoria Federal de Goiás, suas técnicas teriam levado à morte pelo menos sete pessoas. A acusação contra ele foi apresentada na semana passada pela procuradora federal Léa Batista de Oliveira. Num documento de 39 páginas, ela se refere aos pacientes de Aureo como “vítimas/cobaias” e termina com o pedido de suspensão imediata da técnica cirúrgica conhecida como interposição ileal. Aureo pratica a técnica experimental de forma não regulamentada. Operou gente famosa, como o apresentador de televisão Fausto Silva e o senador Demóstenes Torres. A procuradora também acusa o Conselho Regional de Medicina de Goiás de omissão diante das ações do médico.
Um despacho assinado na quinta-feira pelo juiz Urbano Leal Berquó Neto, da Justiça Federal de Goiás, intima Aureo e o CRM de Goiás a se manifestarem sobre as acusações em 72 horas. Na mesma quinta-feira, o CRM de Goiás recebeu uma denúncia coletiva contra o médico por “cirurgia experimental clandestina, ilegal e imoral em seres humanos”. A denúncia foi apresentada por seis pessoas (quatro delas parentes de pacientes mortos) e pede interdição imediata do médico e cassação de sua licença ao final do processo. “São várias pessoas contra o mesmo médico, com a mesma queixa. Nunca vi nada assim”, diz o advogado Marcelo Di Rezende, que apresentou a denúncia.
Em entrevista a ÉPOCA, Aureo queixou-se de que não teve acesso às acusações contra ele. Afirmou que dispõe de farta documentação científica em sua defesa. “O que eu faço não é ilegal nem experimental”, afirma. “É uma revolução que já beneficiou mais de 700 pacientes. Só estão olhando para um lado da história.”
Aureo tornou-se conhecido em 2007, quando uma revista semanal dedicou reportagem de capa ao método cirúrgico que ele pratica. A revista estampou uma maçã do amor na capa e a chamada “Cura do diabetes: a esperança está numa cirurgia”. O médico operava em vários hospitais, inclusive no conceituado Albert Einstein de São Paulo. Segundo a denúncia da procuradora, cobrava caro por seu trabalho – ainda que a cirurgia não fosse regulamentada e tampouco seguisse o protocolo exigido por lei para tratamentos experimentais. Entre outras restrições, o protocolo proíbe a cobrança de honorários.
Em julho do ano passado, uma de suas pacientes, Daliana Kristel Gonçalves Camargo, apresentou queixa contra Aureo na Procuradoria Federal de Goiás. Disse ter sido usada como cobaia involuntária de uma experiência médica que resultara em danos gravíssimos a sua saúde. A família pagou R$ 28 mil e ela foi submetida sem seu conhecimento à interposição de íleo, embora não fosse diabética. Hoje tem uma fístula (um buraco) no estômago que a impede de comer ou tomar líquidos. Daliana se alimenta por sonda. A Procuradoria de Goiás reuniu 11 famílias com reclamações semelhantes contra o médico. Em novembro do ano passado, o Conselho Nacional de Saúde considerou ilegal a técnica cirúrgica oferecida por ele. Agora o assunto está nos tribunais.
O médico Aureo Ludovico de Paula tornou-se conhecido por realizar operações que prometem curar o diabetes. Agora, terá de se defender na Justiça Federal da acusação de praticar em seres humanos técnicas experimentais de medicina. Segundo a Procuradoria Federal de Goiás, suas técnicas teriam levado à morte pelo menos sete pessoas. A acusação contra ele foi apresentada na semana passada pela procuradora federal Léa Batista de Oliveira. Num documento de 39 páginas, ela se refere aos pacientes de Aureo como “vítimas/cobaias” e termina com o pedido de suspensão imediata da técnica cirúrgica conhecida como interposição ileal. Aureo pratica a técnica experimental de forma não regulamentada. Operou gente famosa, como o apresentador de televisão Fausto Silva e o senador Demóstenes Torres. A procuradora também acusa o Conselho Regional de Medicina de Goiás de omissão diante das ações do médico.
Um despacho assinado na quinta-feira pelo juiz Urbano Leal Berquó Neto, da Justiça Federal de Goiás, intima Aureo e o CRM de Goiás a se manifestarem sobre as acusações em 72 horas. Na mesma quinta-feira, o CRM de Goiás recebeu uma denúncia coletiva contra o médico por “cirurgia experimental clandestina, ilegal e imoral em seres humanos”. A denúncia foi apresentada por seis pessoas (quatro delas parentes de pacientes mortos) e pede interdição imediata do médico e cassação de sua licença ao final do processo. “São várias pessoas contra o mesmo médico, com a mesma queixa. Nunca vi nada assim”, diz o advogado Marcelo Di Rezende, que apresentou a denúncia.
Em entrevista a ÉPOCA, Aureo queixou-se de que não teve acesso às acusações contra ele. Afirmou que dispõe de farta documentação científica em sua defesa. “O que eu faço não é ilegal nem experimental”, afirma. “É uma revolução que já beneficiou mais de 700 pacientes. Só estão olhando para um lado da história.”
Aureo tornou-se conhecido em 2007, quando uma revista semanal dedicou reportagem de capa ao método cirúrgico que ele pratica. A revista estampou uma maçã do amor na capa e a chamada “Cura do diabetes: a esperança está numa cirurgia”. O médico operava em vários hospitais, inclusive no conceituado Albert Einstein de São Paulo. Segundo a denúncia da procuradora, cobrava caro por seu trabalho – ainda que a cirurgia não fosse regulamentada e tampouco seguisse o protocolo exigido por lei para tratamentos experimentais. Entre outras restrições, o protocolo proíbe a cobrança de honorários.
Em julho do ano passado, uma de suas pacientes, Daliana Kristel Gonçalves Camargo, apresentou queixa contra Aureo na Procuradoria Federal de Goiás. Disse ter sido usada como cobaia involuntária de uma experiência médica que resultara em danos gravíssimos a sua saúde. A família pagou R$ 28 mil e ela foi submetida sem seu conhecimento à interposição de íleo, embora não fosse diabética. Hoje tem uma fístula (um buraco) no estômago que a impede de comer ou tomar líquidos. Daliana se alimenta por sonda. A Procuradoria de Goiás reuniu 11 famílias com reclamações semelhantes contra o médico. Em novembro do ano passado, o Conselho Nacional de Saúde considerou ilegal a técnica cirúrgica oferecida por ele. Agora o assunto está nos tribunais.
IVAN MARTINS
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