quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

'Sensação é de que o mundo está ruindo', diz professor sobre terremoto no Haiti



Grupo da Unicamp fazia pesquisa de campo no país atingido.
Todos passam bem e estão abrigados em sede de ONG.

O professor Omar Ribeiro Thomaz, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, está no Haiti desde o começo do mês com um grupo da universidade para uma pesquisa de campo. Todos passam bem após o terremoto que devastou o país, abrigados no escritório do Movimento Viva Rio. O G1 voltou a conversar com o professor nesta quarta-feira (13) e ele disse que a situação é “terrível”. Thomaz falou sobre o momento do tremor. “A sensação é de que o mundo está ruindo em torno de nós”, descreve.
Integram o grupo alunos de graduação e uma mestranda em antropologia social. Eles deixaram o Brasil no dia 31 de dezembro e faziam a pesquisa quando foram surpreendidos pelo terremoto. “Eu estava com cinco alunos na livraria francesa e três estudantes estavam indo fazer uma entrevista na universidade quando fomos todos surpreendidos. A preocupação inicial foi a de reunir a equipe. Estamos bem, mas a situação é terrível”, contou o professor.
Thomaz também descreveu o cenário em Porto Príncipe após o terremoto. “O cenário é sinistro. A catedral caiu, assim como o Palácio Nacional, escolas, hospitais e igrejas. Não há socorro, e os feridos e mortos são dispostos na rua”, afirmou. O grupo ainda não tem informações sobre o retorno ao Brasil e se prepara para ajudar na remoção dos escombros.

Desastre
O terremoto que atingiu o Haiti tinha magnitude 7 na escala Ritcher, destruiu vários prédios na capital, Porto Príncipe, e causou devastação no país da América Central. O tremor afetou a estrutura de telecomunicações no país, e as informações sobre vítimas e danos ainda são desencontradas. O Brasil comanda uma missão de paz da Organização das Nações Unidas naquele país.
Uma das vítimas é Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança. A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, em Curitiba. Ele irá acompanhar a missão brasileira que seguirá nesta manhã para o Haiti. "Ela faleceu mesmo. Ela estava junto com um tenente, e os dois foram atingidos e morreram", disse Flávio Arns ao G1.
O Comando do Exército do Brasil confirmou nesta quarta que quatro militares brasileiros morreram no Haiti em função do terremoto de magnitude 7 que atingiu o país na véspera. De acordo com o Exército, os militares mortos são: 1º tenente Bruno Ribeiro Mário, o 2º sargento Davi Ramos de Lima, o soldado Antônio José Anacleto e o soldado Tiago Anaya Detimermani, todos do 5° batalhão de Infantaria Leve, com sede em Lorena (SP). Todos eles estavam fora da base no momento do terremoto.
O subchefe de Comunicação Social do Exército, coronel Eduardo Cypriano, afirmou que só haverá divulgação sobre mortes depois que os corpos forem identificados e que as famílias forem avisadas. "É provável que tenhamos mais mortos", admitiu Cypriano. Atualmente, há 1.266 militares brasileiros no país, segundo o ministério da Defesa.

Luciana Bonadio


G1

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