terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Aumenta a agressão contra mulheres


Vítimas dos companheiros Em Ribeirão Preto, cresceu em 2009 o número de mulheres que apanham dos maridos dentro de casa


MARIA CAROLINA FREITAS
Especial para a Gazeta

A agressão às mulheres cresceu em Ribeirão Preto 28,8% em 2009, em comparação com o ano anterior. O maior número de casos em ambos os anos foram os que se enquandram na Lei Maria da Penha. Em 2008 foram registrados 2.036 boletins de ocorrência de violência doméstica. No ano passado, foram 2.136 boletins. Os dados diferem dos índices do Estado, que registrou maior número de ocorrências em casos gerais de agressão.
“Na maioria dos casos de violência familiar, o relacionamento que existe é algo fora dos padrões”, diz a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) Maria Beatriz Moura Campos. Segundo ela, por mês são iniciados, só na DDM, cerca de 70 inquéritos.
A Coordenadoria da Mulher, da Secretaria de Assistência Social, atende cerca de seis casos por dia de mulheres que sofrem violência doméstica. “Muitas das mulheres que atendemos sentem-se culpadas ou acham que aquilo é normal. Há um vício no círculo do dia-a-dia e muitas não conseguem sair dele sozinhas”, diz a coordenadora Silvia Diogo.
De acordo com ela, a maioria dessas mulheres têm, além da dependência psicológica, a dependência financeira. “Essas mulheres têm em média cinco filhos e nenhuma independência financeira”, afirma.
A delegada da DDM discorda.Segundo ela, na maioria dos casos que chegam à delegacia as mulheres sustentam a casa. “Na maioria das vezes eles são alcoólatras, usam drogas, ou seja, não são estáveis financeiramente e dependem delas.”
Outro ponto que divide opiniões é a questão dos filhos. A delegada Maria Beatriz diz que nem a dependência psíquica de uma mulher faz com que ela perca o instinto de defender um filho. “Enquanto só ela apanha é uma coisa, mas quando os filhos passam a ser vítimas as mulheres reagem.”
Entretanto, essa não é uma opinião compartilhada pela coordenadora da Coordenadoria da Mulher, Silvia Diogo. Ela acredita que a dependência psíquica, faz a mulher desacreditar das coisas que o companheiro é capaz. “Elas não acreditam que eles sejam capazes de, por exemplo, matar a criança. Muitas se enganam, pensando que a violência é apenas para educá-los.”

Vítima fugiu com o filho

I.R.V., de 32 anos, sofreu por quatro anos os maus tratos do marido. “Ele bebia, usava droga, ficava com raiva e me batia”, conta. Aos 29 anos ela foi morar com ele em uma favela de Ribeirão e disse que no início ele não era uma pessoa agressiva, mas que depois até os vizinhos tinham medo dele. “Eu apanhava todo dia. Pedia ajuda, gritava, mas as pessoas tinham medo de apanhar dele também.” Com um ano de casada ela engravidou e o filho também passou a ser vítima do marido. “Às vezes eu saía de casa e ficava na rua, até dias, esperando ele se acalmar para voltar. Não queria que ele batesse no meu filho”. A insegurança e o medo eram os principais fatores que a mantinham casada. “Eu não sabia que tinha gente para me ajudar, que poderia me apoiar”. No início do ano I.R.V. decidiu mudar de vida. “Eu peguei meu filho coloquei uma roupa nele e saí de casa para nunca mais voltar. Uma pessoa me levou ao conselho tutelar e eles começaram a me ajudar”. Desde então ela e o filho não apanham mais. (MCF)

Gazeta de Ribeirão

3 comentários:

  1. Já precisei ir a DDM e fui MUITO mal atendida, isso aconteceu faz um ano e meio e até hj sofremos muito. A Delegada Maria Beatriz alem de não fazer o BO tb interferiu nos processos a favor do agressor. O BO eu só consegui fazer na delegacia comum mesmo. Estamos no aguardo da audiências mas já tivemos acesso aos documentos arquivados e tem documentos dela mostrando-se aliada ao agressor, mesmo estando eu com várias testemunhas dos fatos ocorridos. Essa mulher não deveria ser Delegada de uma delegacia para proteger as Mulheres pois, ela não se importou com o que estava acontecendo conosco.

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  2. Completando o comentário acima, a delegada Maria Beatriz me acusou de falsa denuncia mesmo eu estando com documentos nas mãos que ela nem se quer leu. Hj sou obrigada a pagar dois salários minimos de multa por causa dela. Senhora Prefeita espero que leia isto. O problema na minha casa poderia ter terminado e no entanto aumentou e muito por conta desta delegada. Onde está a justiça? Será que todo mundo tem que procurar a mídia para ter justiça?

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  3. Eu postei dois comentarios e eles sumiram.

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