sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Defesa do casal Nardoni quer adiar julgamento", diz promotor do caso Isabella


Lecticia Maggi, iG São Paulo

O advogado do casal Nardoni, Roberto Podval, afirmou ao Portal iG que, na próxima semana, deve entrar com um recurso pedindo a retirada da acusação de fraude processual contra Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, acusados de terem matado a menina Isabella Nardoni, em 29 de março de 2008. Para o promotor do caso, Francisco Tadeu Cembranelli, a defesa visa adiar o julgamento, marcado para o dia 22 de março. “Chamo isso de manobra protelatória”.
De acordo com Cembranelli, em dezembro de 2009, um recurso semelhante foi julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e negado por unanimidade. Para ele, se a defesa “estivesse preocupada em ser rápida, teria imediatamente impetrado um novo habeas-corpus”. “Ele (advogado) esperou dezembro inteiro, janeiro e fevereiro para pensar nisso porque quer adiar o julgamento”, diz. E, de fato, isto pode acontecer.
No dia 22 de março, o casal será julgado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima, visando garantir impunidade de delito anteriormente praticado) e fraude processual.
Porém, se até lá o pedido de revisão da acusação de fraude não tiver sido julgado, o juiz pode conceder uma liminar suspendendo o júri provisoriamente. “Dificilmente, o Supremo consegue apreciar isso em menos de 30 dias. Ele é um só para julgar casos do Brasil inteiro e não é porque o caso Isabella é famoso que irá passar na frente dos demais”, explica o promotor.
Cembranelli afirma ainda que, caso o julgamento do recurso demore a acontecer, a defesa pode entrar com outros pedidos de liberdade. “Se for daqui 5, 6 meses, sabe o que ele pode fazer? Entrar com um pedido de liberdade e dizer que está demorando muito e os réus não têm culpa da lentidão da Justiça Brasileira. É o papel dele? É. É legal? A lei permite. A pergunta é: é moral?”, questiona.
Se o juiz aceitar os argumentos da defesa, entre eles o de que o réu não é obrigado a produzir provas contra si próprio, a acusação de fraude processual não será nem apresentada aos jurados. Cembranelli não acredita que o STF vote a favor do casal, mas, apesar disso, diz que a acusação pouco acrescentaria à pena final. “É coisa de um ano. Não é um crime doloso contra vida, é conexo com o homicídio”, diz.

Perícia no apartamento

Outra das críticas feita pela família dos acusados é de que o apartamento não foi lacrado após o crime, o que inviabilizaria a acusação de que a cena foi modificada. O próprio pai de Alexandre, Antônio Nardoni, esteve no local no dia seguinte à morte da neta. E, assim como ele teve acesso, a defesa considera que outras pessoas também poderiam ter entrado e alterado o local.
Para Cembranelli, é “equivocado” pensar desta maneira. “O apartamento foi lacrado e preservado pela policia na própria noite. A perícia foi chamada, fotografou e apanhou objetos”, afirma, acrescentando que, nesta primeira perícia, “já havia indícios de que o apartamento tinha sido adulterado e as provas suprimidas”.
O promotor cita a fralda que, segundo ele, continha sangue e estava em um balde embaixo do tanque. “Era a única peça de molho em um monte de roupa suja. Ela chamou a atenção dos peritos e foi recolhida”, diz.
Conforme ele, o apartamento foi entregue à família, mas peritos voltaram ao local diversas vezes. Nestas ocasiões, entre outras coisas, realizaram testes com reagentes. “Os reagentes podem ser usados até anos após o crime que ainda mostram os indícios”, diz.

Data do julgamento

Durante uma conversa em um shopping da zona oeste de São Paulo, Cembranelli afirmou ao iG que tinha “esperanças” de levar o casal a júri até o final de 2008, ano em que Isabella morreu. “E isso teria acontecido se a defesa não tivesse começado sucessivamente a recorrer”, diz.
Apenas nos 12 primeiros meses após a morte de Isabella, advogados do casal Nardoni impetraram 10 recursos no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), três no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e seis no Supremo Tribunal Federal (STF). Cembralli afirma que, adiando o julgando, a “defesa quer fazer com que o caso seja esquecido”. “Mas é difícil fazer com que a memória seja apagada desta maneira”.

6 comentários:

  1. Até o defensor e da mesma raça dos dois, do pai, da irmã e famíloia toda pq um homem que aceita essa causa sabendo que são culpados, não tem moral.
    Só pensa no dinheiro que o chefe está dando.
    Se fossem inocntes o caso ja teria terminado.
    Não vão escapar não, o juri tem boa mem´poria e nós também temos.

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  2. Não podemos perder a fé ,temos que acreditar na justiça, nem que seja a de Deus,mas tenho certeza que todos cidadões de nosso pais acredita que será feita a justiça na medida que os representantes da vontade do povo o determinarem,ainda que essa pena seja minima,na mente dos acusados sempre o acompanharão onde quer que estejam e o sorriso da menina Isabela será sempre o seus maiores tormentos.

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  3. Perder a Fé...nunca.
    Assassinos têm que ser condenados, e o que é pior...da própria filha.
    Muitos anos mais lá dentro e separados.
    Que Deus proteja os filhos que escaparam da maldade dos dois.

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  4. A tese da defesa não será provar que são os acusados são inocentes ,pois há muitos indícios, fortes - fora os que surgirão no decorrer do julgamento - mas, sim, provar que eles não têm relação om os acusados. É pura estratégia.
    Quanto ao pedido de anulação da acusação de fraude processual, é como disse o promotor Cembranelli: "chamo isso de manobra protelatória". Juízes, desembargadores e ministros da justiça, conhecem bem isso. Não me preocupo: Cembranelli sairá cansado, assim como a defesa, também. Não será fácil, não. Se não conseguir a condenação dos acusados neste julgamento, conseguirá em outro. É só uma questão de tempo.

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  5. Deus te ouça e sei que Ele vai ouvir e vai deixar que seja feita JUSTIÇA.

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  6. este promotor é lindo!!!

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