sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Justiça condena acusado pelo 'Crime do Morro do Boi' a 65 anos de prisão



Juarez Ferreira Pinto foi condenado por latrocínio e atentado ao pudor.
Casal de namorados foi atacado em 2009, em Matinhos (PR).


A Vara Criminal de Matinhos (PR) condenou nesta quarta-feira (17) a 65 anos e cinco meses de prisão o acusado Juarez Ferreira Pinto pelo chamado 'Crime do Morro do Boi'.
A condenação foi pelo crime de latrocínio praticado contra o estudante Osíris Del Corso, de 22 anos, e por tentativa de latrocínio e atentado violento ao pudor contra Monik Pergorari Lima, de 23 anos, segundo informações do Ministério Público Federal no Paraná.
Os crimes aconteceram em 31 de janeiro de 2009, quando os namorados andavam em uma trilha no Morro do Boi, em Matinhos (PR). Inicialmente, Ferreira deverá cumprir a pena em regime fechado e não poderá recorrer em liberdade,
O MPF-PR informa ainda que o juiz encarregado do caso decretou segredo de justiça no processo porque houve crime contra a dignidade sexual. Desta forma, somente as partes envolvidas podem ter acesso à íntegra da sentença. Por ser crime hediondo, caso não haja reforma na sentença, Ferreira precisará cumprir 26 anos de reclusão antes de ser beneficiado com progressão de pena.

'Pena pesada para fato pesado'
"A pena foi pesada, mas o fato foi pesado e a legislação é pesada para evitar crimes como esse", disse o advogado Elias Mattar Assad, assistente de acusação, à Agência Estado.
O pai de Osíris, Sérgio Del Corso, estava em Roma, de onde conversou com a imprensa após contato telefônico feito pelo advogado. "Foi com emoção e alívio que recebemos o anúncio da sentença", afirmou. Sua mulher, Ana Zélia, disse que o alívio devia-se à certeza de que a "verdade prevaleceu". "Tentamos ficar com o consolo de que a justiça e a verdade prevaleceram, que a morte de meu filho não foi em vão, mas ajudou a retirar da sociedade esse elemento", afirmou.
Monik Pergorari Lima está em João Pessoa (PB) recuperando-se das lesões sofridas na medula no crime. Ela está fazendo exercícios fisioterápicos para voltar a andar.
Por telefone, ela disse que gostou da decisão. "Fico mais tranquila porque ele está preso, não fará mais mal para mim", destacou. O principal argumento da acusação foi o reconhecimento que ela fez de Juarez. Ela salientou que está tranquila até em relação a um possível recurso da defesa. "Acho que ele não vai conseguir se livrar, a vítima reconheceu ele, está muito escrachado, acho que não tem mais o que acontecer", disse.

Recurso
Um dos advogados de defesa de Juarez, Mário Lúcio Monteiro Filho, considerou "absurda" a sentença. Segundo ele, durante as alegações finais, já tinha se referido ao cerceamento de defesa e sugerido parcialidade do juiz. "Vamos recorrer ao Tribunal de Justiça e em seguida encaminhar um habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça para que seja decretada a nulidade do processo", reforçou. Ele também considerou absurda a decretação de segredo de justiça. "É um caso complexo que correu sem segredo e agora, na finalização, se decreta", criticou.
Ferreira foi preso no dia 17 de fevereiro em razão da semelhança com o retrato falado feito por peritos do Instituto de Criminalística, a partir da descrição de Monik.
Durante as investigações, o caso quase sofreu uma reviravolta. Em junho, o vigia Paulo Delci Unfried, de 32 anos, foi preso sob acusação de atentado violento ao pudor contra outra moradora do litoral paranaense. Com ele, a polícia encontrou uma arma que, confrontada com os exames de balísticas realizados em Del Corso, apontou-a como sendo a utilizada no crime.

Com informações da Agência Estado


G1

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