Na última segunda-feira, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio divulgou um relatório sobre a qualidade da areia das praias cariocas. A grande surpresa foi o fato de Ipanema, um dos nossos mais belos cartões postais, ser também um paraíso para bacterias de passado nada abonador. Especialistas ouvidos pelo Jornal do Brasil apressaram-se em colocar a culpa nos mal-educados que levam seus cachorros para curtir o sol e o mar sem pensar no que pode acontecer com crianças expostas a coliformes, escherichias e outros maus elementos.
Nunca fui muito fã de cachorro, e não é só pelo péssimo hábito que esses animais têm de latir. Para começar, morei toda a minha infância em apartamento, onde não dava para ter um pastor alemão ensinado como aquele do seriado Vigilante Rodoviário. Aliás, não entendo as pessoas que criam um dinamarquês ou dog alemão num quitinete quando um simples chiuaua já seria grande demais.
A outra razão dessa minha aversão é que levei uma mordida aos 11 anos e dela nunca mais esqueci (a única coisa boa foi que, na época, tirei muita onda com meus colegas dizendo que fora obrigado a tomar 15 injeções na barriga, mentira). Some-se a isso ainda o fato de o único cão que ganhei na vida ter vindo com uma doença incurável (bócio). Tivemos que devolvê-lo, e você pode imaginar a minha decepção.
Independentemente desse histórico de traumas, acho levar cachorro à praia egoísmo, cafonice, porcaria... Enfim, não me faltam adjetivos para condenar a prática. Mesmo que o dono carregue um saquinho plástico para recolher o adubo que seu amigão do peito vai deixar por lá, a simples presença do animal no meio de crianças e adultos é um desrespeito. E não me venham com essa de que lhes dão vermífugo todo mês. Felizmente, o choque de ordem está tirando os cachorros da praia, pelo menos em Ipanema e no Leblon.
Agora, voltando à sujeira na areia, é uma injustiça culpar só os Plutos da vida. Estão esquecendo de um animal muito mais sujo que o cachorro: o homem. Veja, por exemplo, a quantidade de mendigos e afins que perambulam pela orla. Você acha que essa turma vai ao banheiro onde? Pois é...
E não é só o lumpemproletariado a contribuir para que nossa areia esteja mais suja que a ficha criminal do Beira-Mar. É importante lembrar dos luaus e das raves promovidas pela juventude dourada – e até pela prefeitura – nas praias. São festas que entram pela madrugada e, às vezes, invadem a manhã seguinte. Abro aqui um parêntese: como essa garotada é animada para dançar. E bebendo só água!!!! Que alegria autêntica... Bom, melhor deixar isso pra lá...
O fato é que, depois que a festa acaba, ficam na areia os restos de tanta euforia: cerveja, uísque, ice, melancia, farofa, "cocrete", salsichão, camisinha... fora os subprodutos fisiológicos da galera. Aí, chegam os pombos para fechar esse ciclo antinatural com chave de ouro.
O próximo passo da Secretaria Municipal de Ordem Pública deve ser regular os eventos noturnos, porque não adianta zelar pela limpeza da areia durante o dia e deixar a porcariada reinar à noite.
Culpar só os cachorros é mais que uma covardia, trata-se de uma cachorrada.
Migliaccio
Rio Acima JBlog
Nunca fui muito fã de cachorro, e não é só pelo péssimo hábito que esses animais têm de latir. Para começar, morei toda a minha infância em apartamento, onde não dava para ter um pastor alemão ensinado como aquele do seriado Vigilante Rodoviário. Aliás, não entendo as pessoas que criam um dinamarquês ou dog alemão num quitinete quando um simples chiuaua já seria grande demais.
A outra razão dessa minha aversão é que levei uma mordida aos 11 anos e dela nunca mais esqueci (a única coisa boa foi que, na época, tirei muita onda com meus colegas dizendo que fora obrigado a tomar 15 injeções na barriga, mentira). Some-se a isso ainda o fato de o único cão que ganhei na vida ter vindo com uma doença incurável (bócio). Tivemos que devolvê-lo, e você pode imaginar a minha decepção.
Independentemente desse histórico de traumas, acho levar cachorro à praia egoísmo, cafonice, porcaria... Enfim, não me faltam adjetivos para condenar a prática. Mesmo que o dono carregue um saquinho plástico para recolher o adubo que seu amigão do peito vai deixar por lá, a simples presença do animal no meio de crianças e adultos é um desrespeito. E não me venham com essa de que lhes dão vermífugo todo mês. Felizmente, o choque de ordem está tirando os cachorros da praia, pelo menos em Ipanema e no Leblon.
Agora, voltando à sujeira na areia, é uma injustiça culpar só os Plutos da vida. Estão esquecendo de um animal muito mais sujo que o cachorro: o homem. Veja, por exemplo, a quantidade de mendigos e afins que perambulam pela orla. Você acha que essa turma vai ao banheiro onde? Pois é...
E não é só o lumpemproletariado a contribuir para que nossa areia esteja mais suja que a ficha criminal do Beira-Mar. É importante lembrar dos luaus e das raves promovidas pela juventude dourada – e até pela prefeitura – nas praias. São festas que entram pela madrugada e, às vezes, invadem a manhã seguinte. Abro aqui um parêntese: como essa garotada é animada para dançar. E bebendo só água!!!! Que alegria autêntica... Bom, melhor deixar isso pra lá...
O fato é que, depois que a festa acaba, ficam na areia os restos de tanta euforia: cerveja, uísque, ice, melancia, farofa, "cocrete", salsichão, camisinha... fora os subprodutos fisiológicos da galera. Aí, chegam os pombos para fechar esse ciclo antinatural com chave de ouro.
O próximo passo da Secretaria Municipal de Ordem Pública deve ser regular os eventos noturnos, porque não adianta zelar pela limpeza da areia durante o dia e deixar a porcariada reinar à noite.
Culpar só os cachorros é mais que uma covardia, trata-se de uma cachorrada.
Migliaccio
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