quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando seu filho não fala


Saiba qual é o momento de procurar ajuda de um especialista e o que fazer para estimular o seu filho a desenvolver a linguagem

Você está se trocando para ir ao trabalho e, de repente, escuta um “mama”. É o seu filho engatinhando em sua direção e chamando a sua atenção. Não dá para descrever o que é ouvir o filho falar pela primeira vez, certo? Esse é apenas o começo do desenvolvimento da fala, que se inicia por volta do primeiro ano e deve estar mais completo por volta dos 5 anos. Até lá, ele vai falando sons aos poucos, escutando e imitando quem o cerca. Mas nem sempre isso acontece. “Se até os 3 anos a criança fala pouco ou quase nada, ela precisa de ajuda de um especialista indicado pelo pediatra”, afirma Andréa Cristina Cardoso, fonoaudióloga do Hospital Sírio-Libanês (SP). E as razões podem ser várias.
Primeiro, o médico vai descartar problemas neurológicos ou psiquiátricos, como lesões cerebrais, autismo e esquizofrenia. Depois, vai verificar a audição. Explica-se: para que a criança desenvolva a fala, é preciso que ela escute bem, afinal, a linguagem é adquirida pela imitação. “Ainda que o teste da orelhinha (feito no dia do nascimento) não detecte nenhum problema, a criança pode ter uma deficiência auditiva. Há doenças, como meningite e sarampo, que podem acarretar alguma perda da audição”, diz. Se alguns desses problemas é diagnosticado, o pediatra irá pedir exames para comprovar e, com os resultados em mãos, o tratamento será iniciado imediatamente.
Se essas hipóteses forem descartadas, existe a possibilidade da causa do atraso da fala da criança estar no ambiente. Se ela não é estimuldada a falar, vai demorar mais para desenvolver a linguagem. Para que a criança imite, pratique e, assim, aprenda, é fundamental que você e os cuidadores a estimule e conversem com ela. Atividades simples do dia a dia, como na hora de trocar a fralda, de dar o banho e até a amamentação, são momentos favoráveis para esse exercício de incentivo da fala. “Diga o nome das coisas, das cores, o que é quente, o que é frio, sem infantilizar e pronunciando corretamente”, diz Andréa. Os irmãos mais velhos são ótimos aliados no aprendizado dos mais novos.
Outro ponto importante é não acomodar a criança. Se o seu filho quer alguma coisa, simplesmente aponta e você já o atende, ele não vai ter de se esforçar para falar. Tenha paciência e incentive-o a pedir o que quer. Lembre-se: as consultas de rotina ao pediatra da criança são fundamentais para que ele avalie seu desenvolvimento e quando é hora de haver intervenção de algum outro profissional.

Ana Paula Pontes


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