quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Educação Sexual na Escola aos 7 anos?


Fiquei ausente por um tempo e peço desculpas aos meus leitores. Mas, estou de volta.
Sentei-me no último domingo à noite, aqui, diante da tela do computador para ver meus e-mails e acessar esse mundo virtual, buscar boa leitura e, claro, pensar um tema para colocar aqui.
Aí, escutei na TV o final da reportagem do programa Fantástico da Globo, que falava do projeto de inclusão de Educação Sexual nas Escolas para crianças a partir de SETE anos. Não vi a reportagem na íntegra, aliás, só assisti ao finalzinho, mas gostaria de colocar algumas impressões sobre o tema.
Quando vejo a imprensa fazendo esse tipo de reportagem, de tema tão delicado e quase sempre de forma um tanto superficial, fico preocupada. O poder da imprensa é muito grande. Ela é definitivamente formadora de opinião. Estou convencida de que ela é o quarto poder, em especial quando o recurso é um programa que entra na casa das pessoas, com essa cara de verdade, como é o caso do programa a que me refiro.
Realmente, há um projeto de lei tramitando em uma câmara municipal no Brasil sugerindo a inclusão de educação sexual nas escolas para crianças nessa faixa etária. Algo ainda muito embrionário. E qual o objetivo? Minimizar custos com gravidez precoce, infecções sexualmente transmissíveis, abortos e coisas do gênero. Papel do Estado, a quem cabe , entre outras coisas, organizar a sociedade. Então, o Estado usa suas instituições para atingir seus objetivos. E usa a Escola, também.
Mas, será que em um país onde a educação básica está tão deficiente, numa Escola que precisa de reforma, que precisa de professores mais bem preparados e mais que isso, precisa de professores que recebam melhores salários para permitir que tenham um tempo livre para se dedicar a estudar, ler, se reciclar, se atualizar para entender o que está acontecendo no mundo fora dos muros da Escola, me pergunto.

• Que tipo de educação sexual poderá essa Escola dar para crianças em tão tenra idade e de que forma?
• Será que nessa idade não seria melhor que se deixasse essa parte da educação a cargo das famílias?
• Não seria mais importante que se incentivasse uma infância mais longa, ao invés de dar mais estímulos para um tema que já está tão presente na vida infantil, a ponto de encurtá-la cada dia mais?
• Não seria melhor para o desenvolvimento das crianças, que elas aprendessem sobre a sua sexualidade, aos poucos, respeitando sua individualidade, sua curiosidade e o modelo familiar em que estão inseridas?
• Nessa idade, não seria melhor se respeitar as demandas individuais nesse tema?
. Não seria melhor o Estado se preocupar em dar melhores condições para que a criança brasileira viva a INFÂNCIA de forma mais verdadeira.

Não consigo me acostumar com essa tendência a se globalizar tudo. Além disso, esse país tem dimensões continentais e muitas diferenças culturais apesar dessa globalização, apesar da TV a cabo, apesar da Internet... E mais, os espaços familiares têm modelos diferentes uns dos outros, são espaços singulares.
Não acredito que, no momento, a implantação de um projeto desse tipo venha a produzir cidadãos melhores para o futuro do Brasil; E é esse o objetivo da Educação.

Tania Melo
JB Online


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