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sexta-feira, 5 de março de 2010
Aluno tem dedo amputado após atentado a bomba em escola
Bruno Gonçalves de Mendonça, 13, aluno da 8ª série da escola “Professora Oracina Corrêa de Moraes Rodine”, na zona oeste, teve dedo amputado após bomba atirada por pessoa desconhecida explodir em sua mão. Fato ocorreu na manhã de ontem, quatro dias após o primeiro artefato ser detonado por estudante da mesma escola, deixando dois ferido.
De acordo com Bruno, a bomba foi lançada por volta das 9h30 – durante o intervalo - do banheiro em direção ao pátio e enroscou no bolso de sua calça. Ao tentar se livrar da bomba, o artefato explodiu, causando os ferimentos.
“Ouvi quando gritaram ‘olha a bomba’ e logo meus amigos estavam apontando para a minha perna. Quando olhei, vi que ela estava enroscada e, ao bater nela, com a intenção de jogá-la longe de mim, ela explodiu. Logo depois, olhei para o chão e vi sangue caindo. Em seguida, olhei para a minha mão e vi que meu dedo estava pendurado”, relata Bruno.
Ele foi rapidamente socorrido por viatura do SAMU e levado ao Hospital Materno-Infantil e, além de sofrer ferimentos na perna esquerda, teve parte do dedo anelar esquerdo amputado.
Logo após a explosão, a diretora da escola anunciou que realizaria uma coletiva de imprensa, o que acabou não acontecendo. A Secretaria Estadual de Educação afirmou que os casos estão em fase de apuração e que a escola mantém projeto social sobre ética e cidadania há um ano.
Pai da vítima revoltado: “virou campo de guerra"
“A escola parece estar virando um campo de guerra, com bombas explodindo e nada sendo feito”. Com essas palavras, o porteiro Antônio Carlos de Mendonça, 31, pai de Bruno Gonçalves de Mendonça, 13, descreveu a sua revolta e preocupação com o segundo atentado nas dependências da escola estadual ‘Professora Oracina Corrêa de Moraes Rodine’.
Para Antônio, que adiantou que acionará a Justiça, após o primeiro caso, a direção da escola deveria ter aumentado a segurança durante o período entre-aulas dos estudantes.
“Eles deveriam ter colocado algum tipo de monitor para vigiar os alunos. Chega dar a impressão que meu filho está mais seguro fora da escola. Ele sai de casa para estudar e volta mutilado. Está certo isso?!”, questionou o pai.
Assustada com a reincidência, a dona de casa Edna Gimenez não sabe se mantém os filhos, de 13 e 15 anos, na escola. “Estou em pânico. Meu filho chegou em casa chorando. Nunca vi algo assim e estou preocupada. Não sei se permitirei que eles voltem para cá”.
Secretário divulga canal para denúncias
Assim como no caso de terça-feira, o atentado da manhã de ontem na Escola Estadual “Professora Oracina Corrêa de Moraes Rodine”, Jardim Bandeirantes, na zona oeste da cidade, ainda não tem a autoria esclarecida, porém a Secretaria Estadual de Educação acompanha de perto a apuração.
Em entrevista exclusiva ao jornalista José Ursílio no programa Voz da Coragem, o secretário estadual, Paulo Renato, revelou que esse tipo de violência escolar já foi muito comum nas escolas do Estado, por isso foi criado um canal eletrônico direto – www.fde.sp.gov.br – entre a secretaria e quem deseja denunciar violência e abusos nas escolas.
“Em pouco tempo, já notamos a redução dos casos, além de termos mais controle e monitorarmos mais de perto cada ocorrência”, afirmou Paulo, ainda sem ser informado do segundo atentado, em entrevista concedida ao jornalista José Ursílio no programa Voz da Coragem, que foi ao ar na manhã de ontem, na rádio Dirceu.
Jornal Diário de Marília
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