terça-feira, 2 de março de 2010

Viúva de ex-líder de Ruanda é presa pelo genocídio


A viúva do presidente ruandês Juvenal Habyarimana, cujo assassinato detonou o genocídio de Ruanda em 1994, foi presa nesta terça-feira sob a acusação de ter ajudado a planejar os massacres no país.

Agathe Habyarimana nega as acusações do atual governo de Ruanda e há muito tempo era procurada pela Justiça do país africano.
A viúva, que foi presa na França, onde mora há vários anos.
Mais de 800 mil membros das etnias tutsi e hutu morreram no genocídio de 1994.

Sarkozy
A prisão foi efetuada dias depois da visita do presidente francês Nicolas Sarkozy a Ruanda, quando ele admitiu que a França e a comunidade internacional cometeram “erros” ao lidar com o genocídio.
As relações diplomáticas entre os dois países foram restauradas no ano passado, depois de terem sido rompidas quando um juiz francês afirmou que o presidente ruandês, Paul Kagame, estava por trás do assassinato do presidente Habyarimana, e Ruanda acusou a França de armar as milícias hutus envolvidas no genocídio de 1994.
O advogado de Agathe Habyarimana disse que sua prisão está diretamente relacionada à visita de Sarkozy.
“Você não pode ignorar a ligação”, disse Philippe Meilhac. “O pedido de extradição emitido por Kigali (capital de Ruanda) data de novembro passado e foi, obviamente, reativado”.

Extradição
Ainda não está claro, no entanto, se a França vai extraditar a prisioneira.
Segundo a correspondente da BBC em Paris Catherine Zemmouri, recentemente magistrados franceses se recusaram a extraditar três suspeitos ruandeses temendo que eles não recebessem um julgamento justo.
Mas, no passado, a França extraditou suspeitos para o tribunal da ONU de Crimes de Guerra para Ruanda em Arusha, Tanzânia.
O presidente Habyarimana morreu em abril de 1994, quando o avião em que viajava foi atingido por um míssil sobre o aeroporto de Kigali.
Os simpatizantes linha-dura do presidente hutu lançaram, em seguida, o massacre.
Agathe Habyarimana foi retirada de Ruanda por militares francesas nos primeiros dias de violência e vinha buscando asilo político na França sem sucesso.


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