terça-feira, 2 de março de 2010

A mão que afaga é a mesma que apedreja


Cebus libidinosus não poderia ser um nome mais apropriado para a espécie de macaco-prego estudada por Eduardo Ottoni, etólogo (estudioso do comportamento animal) do Instituto de Psicologia da USP. Ottoni e seus colegas têm demonstrado amplamente o uso de ferramentas de pedra entre esses bichos. A função mais recente para os instrumentos que eles elucidaram é fundamental: paquera.
Isso porque os pregos do Parque Nacional Serra da Capivara (PI) iniciam o namoro jogando pedrinhas. Mais precisamente, as fêmeas é que fazem isso, segundo observações de Tiago Falótico, aluno do etólogo.
Quando estão no cio, em geral são as "moças" que iniciam a corte, mexendo no macho ou puxando uma parte do corpo dele. O possível parceiro, se não estiver a fim de futebol, pode reagir de modo agressivo. Algumas fêmeas aprenderam a trocar o contato direto com o macho pelo arremesso de pedrinhas como forma de chamar a atenção dele.
Para os pesquisadores, isso "constitui uma potencial tradição social nessa população de macacos-pregos".

Escrito por Reinaldo José Lopes


Folha Online

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