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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Cientistas afirmam que o uso em massa de antirretrovirais pode erradicar a Aids em 40 anos
RIO - Testar todas as pessoas em risco para infecção por HIV e tratá-las com medicamentos antirretrovirais pode erradicar a epidemia mundial de Aids até 2050, segundo cientistas. Eles dizem que um programa agressivo com indicação dessas drogas para todas as pessoas infectadas com o vírus da doença - que mata dois milhões de pessoas anualmente no mundo - poderia cessar com novas infecções em cinco anos.
Para o pesquisador Brian Williams, do South African Centre for Epidemiological Modelling and Analysis, que coordenou um estudo sobre o tema, com o uso de antirretrovirais de forma eficiente é possível conter o contágio em alguns anos.
- Os antirretrovirais no mercado são muito eficazes e produzem poucos efeitos colaterais. O problema é que os utilizamos apenas para salvar a vida das pessoas infectadas e não para frear a pandemia - disse Williams, no Congresso anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) em San Diego, na Califórnia.
Tomados de maneira regular, os antirretrovirais permitem reduzir a concentração do vírus HIV no sangue em dez mil vezes. Esta forte redução da carga viral faz com que as pessoas sejam 20 vezes menos contagiosas, o que é suficiente para conter a transmissão do vírus, explica o cientista.
Desta forma, seria possível reduzir a mortalidade em quase 95% até 2015, o que resultaria em uma prevalência quase nula até 2050.
Williams faz parte de um crescente grupo de especialistas que acredita que as drogas anti-HIV são provavelmente a melhor esperança para prevenir e até mesmo eliminar a disseminação da Aids, em vez de esperar o desenvolvimento de uma vacina eficaz ou depender exclusivamente de pessoas que mudam o seu comportamento sexual e estilo de vida.
A proposta será testada no ano que vem, com o início de um estudo clínico controlado envolvendo milhares de pessoas que vivem numa parte da África do Sul com uma alta incidência de HIV e Aids. Essa pesquisa será seguida por ensaios semelhantes nos Estados Unidos, onde o índice de infecção por HIV é muito alto em algumas comunidades.
- Nossa melhor esperança imediata é a de usar os antirretrovirais não só para salvar pacientes, mas também para reduzir a transmissão do HIV. Acredito que com essa medida podemos efetivamente parar a transmissão do HIV dentro de cinco anos - disse. - O bloqueio da transmissão só pode ser feito com um programa ou serviço de testes exaustivos, seguido de um tratamento rápido com antirretrovirais a todos com diagnóstico para HIV positivo.
Globo
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