quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Menor nega ter sofrido abuso sexual de funcionário do Flamengo, diz delegado


Adolescente de 15 anos foi ouvido por psicólogos na delegacia.
CPI da Pedofilia quer ouvir funcionário do clube.

O menor que segundo uma testemunha teria sido molestado por um alto funcionário do Clube de Regatas do Flamengo negou nesta quarta-feira (24) que tenha sofrido abuso sexual. As informações são do delegado Luiz Henrique Marques, da Delegacia de Crianças e Adolescentes Vítimas (DCAV).
O menino chegou à delegacia acompanhado da família e de um advogado. Em seguida, ele foi ouvido por psicólogos do Programa de Apoio à Criança e ao Adolescente, da Defensoria Pública. De acordo com o delegado Luiz Henrique, a mãe do jovem apresentou um documento comprovando a idade do menino: 15 anos.
Ainda segundo a polícia, a mulher que denunciou o crime, no entanto, confirmou que o menino é o mesmo que ela viu sofrendo o suposto abuso. O delegado informou que vai aguardar o resultado do laudo psicológico do adolescente, que deve sair em torno de 15 dias.
Somente após o resultado do laudo a polícia vai decidir os rumos da investigação. O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Cláudio Lopes, o senador Magno Malta e a promotora do caso, Ana Lúcia Melo, também acompanharam o depoimento do adolescente.

CPI quer ouvir funcionário do Fla
O presidente da CPI da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), informou que vai convocar para prestar esclarecimentos o alto funcionário do Clube de Regatas do Flamengo suspeito de pedofilia. O requerimento para ouvi-lo será apresentado ainda esta semana na comissão parlamentar de inquérito do Congresso Nacional, em Brasília.
A denúncia contra ele foi feita no dia 3 de fevereiro por uma associada. Ela teria, supostamente, presenciado a cena de pedofilia na Gávea, perto da sede do clube, na Zona Sul da cidade.
Segundo Magno Malta, a mulher teria fotos dos supostos abusos. O material está sendo analisado por investigadores da polícia fluminense.
As investigações sobre o suspeito mostraram que ele já respondeu a outra acusação de pedofilia, num processo aberto em 1988 e arquivado em 2000. Malta antecipou que será pedido o desarquivamento do caso.
A denunciante afirma que presenciou a cena de abuso no bar de sua propriedade.
Suspeito pode responder por crime hediondo
Em entrevista coletiva após a audiência, Cláudio Lopes destacou que, caso seja denunciado, o suspeito pode responder penalmente pelo crime de estupro de vulnerável, previsto na Lei de Crimes Hediondos.
O Ministério Público informou ainda que o suspeito é diretor do Flamengo, mas a direção do clube sustenta que ele é assalariado e, portanto, funcionário.

'Não ia ficar calada’, diz mulher que denunciou suposto abuso
A mulher que denunciou o suposto abuso é sócia do clube há cerca de 50 anos e já teria sido também funcionária do Flamengo. Em entrevista ao G1, ela disse que decidiu denunciar o alto funcionário por acreditar na “seriedade da presidente Patrícia Amorim”.
“Esses atos libidinosos dele com meninos dentro do clube já são conhecidos há muito tempo. Mas sempre abafaram. Acontece que desta vez eu vi. Não ia ficar calada. E, agora, vou até o fim”, disse a testemunha, que prestou depoimento na polícia e encaminhou a denúncia à Comissão de dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara dos Vereadores.

Funcionário foi afastado preventivamente
Diante da denúncia, a presidente do Flamengo, Patricia Amorim, depois de se reunir com o conselho do clube, decidiu afastar preventivamente o funcionário suspeito.
O clube também nomeou uma comissão - formada pelos desembargadores Siro Darlan e Marcelo Antero, o juiz do Trabalho José Saba, o advogado criminal Carlos Eduardo Machado e o juiz federal Theophilo Miguel - para recomendar à presidente do clube as medidas a serem adotadas no caso.

Tassia Thum


G1

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