segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pedofilia: Diálogo com filho ainda é a melhor saída


Diálogo com filho ainda é a melhor saída, diz psicólogo

Adilson Camargo
Embora a tecnologia esteja avançando no sentido de oferecer ferramentas adequadas para o combate à pedofilia, o diálogo com o filho ainda é a melhor maneira de se evitar que ele caia na armadilha dos criminosos. A sugestão é do psicólogo Ulisses Herrera Chaves, especialista em terapia de famílias e casais.
“Manter o diálogo permanente com os filhos sobre os conteúdos da Internet (entre outros) e permitir que eles se abram sobre o assunto são formas de se agir preventivamente”, diz ele.
Da mesma forma, quando o filho infringe uma norma na vida real, e não apenas no mundo virtual, os pais devem abordá-lo e dizer que estão preocupados e desconfiados com os acessos aos conteúdos na Internet. Segundo o psicólogo, isso deve ser feito sempre que os pais estiverem com algum tipo de desconfiança.
O ideal, na opinião dele, é que os pais acompanhem permanentemente os filhos no acesso, reservando horários específicos para o uso da Internet, por exemplo, deixando o computador em um cômodo da casa em que os filhos possam ser acompanhados, ou seja, não deixar o equipamento no quarto deles. Mas o ideal nem sempre é possível.
Ulisses reconhece que é difícil identificar quando os filhos estão envolvidos com crimes virtuais. Mas quando os pais desconfiarem, o mais indicado é uma boa conversa com o filho. Se o diálogo não surtir efeito, os pais podem partir para o monitoramento dos passos do filho na Internet, por meio de programas ou mesmo de um dispositivo como o pen drive, que ajuda a detectar material pornográfico.
A oficial de Justiça Fernanda Silva de Freitas tem procurado, na medida do possível, seguir as recomendações feitas pelo psicólogo. Ela não deixa o filho Caio, 14 anos, ficar indefinidamente na frente do computador. Ela estabelece horários e está sempre dando uma espiada no que o garoto está fazendo quando conectado.
Segundo ela, a preocupação aumenta no período de férias escolares, quando o filho não tem tarefa para fazer em casa. Sem essa obrigação, a Internet vira uma ferramenta apenas para a diversão. E Caio passa bastante tempo conversando pelo MSN com os amigos que estão viajando, por ser mais barato do que uma ligação telefônica.
“Estou sempre atenta ao que ele está fazendo, mas procuro não ficar impondo regras para não deixá-lo retraído. Prefiro continuar com o diálogo. Acho mais seguro”, frisa Fernanda, que conhece muito bem o mundo do crime e sabe o quanto a Internet tem influenciado a prática dos delitos.

Jornal da Cidade de Bauru

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