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domingo, 11 de abril de 2010
Criança mimada vira adulto imaturo
Psicólogos advertem para a necessidade de postura firme dos pais às esperadas reações histéricas dos menores
Ligado à frustração, mesmo considerado benéfico ao crescimento individual de quem o recebe, o ‘não’ nem sempre é fácil de ser dado, principalmente aos pequenos. “A criança não sabe lidar, por isso chora, briga e até agride”, frisa a psicóloga escolar Vera Okuno, ao incentivar pais para que estabeleçam limites desde cedo, evitando filhos mimados.
“É um treino que precisa começar desde quando a criança é pequena, para que saiba lidar com as perdas durante a fase adulta”, orienta. “Muitos pais têm dificuldades em negar algo aos filhos. Entre os motivos porque trabalham fora e optam pelo caminho mais curto, ao deixarem o filho fazer o que quer. A negação demanda o tempo da justificativa”, enfatiza a psicóloga.
Por outro lado, quando contrariadas, as crianças testam a paciência dos pais, ainda de acordo com a especialista, na expectativa de reverter a contrariedade. “O ‘não’ gera conflito”, acentua. Quando vencem o cabo de guerra em casa, entretanto, as mesmas crianças acostumadas a ditar as próprias regras, enfrentam outro “campo de batalha” na luta contra os limites, a escola.
“Achando que pode tudo, a criança se depara com regras na escola. É quando o professor se depara com uma criança mimada”, exemplifica, ao destacar o trabalho a longo prazo da escola em fazer com que o aluno assimile normas de convívio.
“A escola trabalha com regras em grupo. A criança menor aprende por repetição”, detalha. Caso contrário, alerta, a falta de ‘não’ na infância acarretará num adulto imaturo. “Quando adulto, encontrará conflitos na vida social e profissional. A pessoa só vai querer que prevaleça o pensamento dela, num comportamento individualista, centralizador”, atribui.
“Vejo na nossa sociedade que o ‘não’ é desvalorizado. Temos crianças sem limites”, opina a professora de música Gabriele Salustiano. “Às vezes a gente ouve criança reclamando da ‘chatice’ das mães que não os deixam fazer algo”, cita. “Desde a educação o ser humano precisa ser frustrado e aprender a lidar com isso”, considera.
Luiz Beltramin
Jornal da Cidade de Bauru
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