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domingo, 11 de abril de 2010
Medo leva famílias a instalar o ‘batalhão’ paralelo na zona sul
O medo do sequestro ou de ser surpreendido por um ladrão dentro de sua própria casa mudou a rotina dos moradores de Bauru, especialmente aqueles que estão na zona sul, onde há uma concentração maior de moradias de alto padrão. Em conjunto, eles criaram uma verdadeira segurança paralela. Quem transita por aquela área da cidade constata que a cada 500 metros mais ou menos há um homem fazendo o serviço de vigilância.
Antigas ilhas de tranquilidade, as cidades do Interior paulista dão sinais de que a violência urbana deixou de ser ‘privilégio’ das grandes metrópoles. Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Sangari, de São Paulo, revela que municípios antes considerados pacatos têm apresentado índices de criminalidade superiores aos de grandes centros.
E, para enfrentar a insegurança, as famílias de maior poder aquisitivo se ‘armam’ como podem e colocam nas ruas um verdadeiro ‘batalhão’ de policiais e civis para fazer a guarda. O kit segurança inclui cerca elétrica, alarme monitorado, câmeras, cães de guarda, GPS, rastreamento de veículos e, a bola da vez, o ‘vigilante’ particular, ou quase, porque em alguns casos um profissional cuida de até 20 residências.
A fórmula é incrementada por aqueles que podem dispensar algo mais do orçamento para o item segurança. Abastados, esses moradores contratam, ainda, jovens ‘seguranças’ treinados para “defenderem” seus filhos até nas madrugadas de balada. Trancados a sete chaves, eles conservam outras medidas preventivas e importadas de grandes centros urbanos e até do Exterior, por temer que o marginal descubra a estratégia e arrume um jeito de driblá-la.
A ‘teia’ de seguranças, armados ou não, está espalhada pelas ruas da zona sul. A concentração deles aumenta na mesma proporção que o imóvel se aproxima da área crítica. No Jardim Estoril, o ponto nevrálgico é o que restou da favela da Vila Zillo. No Jardim América, a favela do Parque das Nações e, no Europa, a favela que leva o mesmo nome.
Formação
A adoção dos ‘vigilantes’ segue, na maioria dos casos, um estranho trajeto. Um família sofre o assalto e o pânico se espalha na vizinhança. Na sequencia, os moradores procuram um ‘segurança’ que possa ‘vigiar’ o movimento da rua nos horários mais críticos, geralmente depois das 23h até o amanhecer.
O primeiro contato é feito com um policial, seja ele civil ou militar, que indica um colega que faça o serviço. Esse é o meio mais seguro de não contratar uma pessoa despreparada ou de pouca confiança, explica um morador que já conta com os serviços. Depois, cabe a ele organizar o pagamento, definindo data, valor e como será arrecadado o dinheiro, algo em torno de R$ 2 mil/mês.
No final de cada mês, ele arrecada em torno de torno de R$ 200,00 por moradia e entrega para o ‘segurança’. A atenção redobrada ou o reforço na segurança, em dias de festas ou nos períodos de viagens, são pagos à parte.
O importante é evitar que os convidados fiquem inseguros ou que sofram qualquer tipo de intranquilidade enquanto se divertem ou, ainda, que o imóvel seja invadido no período em que a família está fora.
Guarda municipal
No ano passado, o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho, recebeu uma proposta para implantar a guarda municipal com o objetivo de proteger os bens, instalações e serviços públicos municipais, além das escolas da rede pública do município. A manutenção dos serviços custaria cerca de R$ 300 mil aos cofres municipais para o serviço de 100 homens.
O efetivo faria, ainda, vigilância diurna e noturna dos bens de uso comum da população como ruas, praças, parques, jardins e outros locais públicos. A ideia era somar esforços e não interferir no trabalho das polícias Militar e Civil.
Rita de Cássia Cornélio
Jornal da Cidade de Bauru
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