Francisco Cembranelli foi homenageado na FMU na manhã desta segunda.
Roberto Podval, advogado do casal Nardoni, também recebeu homenagem.
Recém-chegado de uma viagem a Nova York, nos Estados Unidos, de onde voltou com a família na madrugada desta segunda-feira (12), o promotor Francisco Cembranelli, responsável pela acusação no julgamento que condenou o pai e a madrasta da menina Isabella, contou ter sido reconhecido e parado na rua até na cidade norte-americana. O assédio também foi constante durante homenagem recebida nesta manhã no Complexo Educacional FMU, onde estudou – dezenas de jovens buscam se aproximar dele para tirar fotos e até mesmo pedir um autógrafo.
A homenagem foi dividida com seu adversário no emblemático júri: Roberto Podval, advogado de defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, também ex-aluno da instituição. Ambos receberam o título de promotor e advogado do ano, respectivamente.
“Nova York vive recheada de brasileiros. Muitos me pararam nas ruas, até brasileiros que residem lá e que acompanham pelos canais de satélite, viram o caso, então isso faz parte. Não me considero celebridade, essa fama vem de uma grande tragédia, mas eu procuro atende a todos com gentileza porque eu vejo isso como um reconhecimento do trabalho feito, que não começou no dia do julgamento, mas sim quando o crime foi praticado”, disse o promotor aos jornalistas depois do evento.
Em clima de cordialidade, com direito a risadas e cumprimentos, os dois evitaram falar sobre detalhes do processo na presença do outro. Ambos foram muito solicitados pelos estudantes – que além de fotos, levaram do processo para que fossem autografadas.
O primeiro a agradecer a homenagem foi Podval. Bastante descontraído, ele arrancou aplausos e risos dos estudantes desde o início, quando brincou sobre a lotação do auditório. "A última vez que encontrei tanta gente assim era para me bater", disse ele, em referência às agressões sofridas por populares em frente ao Fórum de Santana durante o julgamento. Em seguida, se manteve no assunto e pediu um auditório maior para a faculdade. "Minha função é defender, e eu não perco o vício."
Durante seus agradecimentos, o advogado conseguiu arrancar risadas até do promotor Cembranelli - quando disse que, excepcionalmente, a defesa estava falando primeiro, e quando afirmou ser chorão, reforçando que o promotor havia presenciado isso durante o júri. Ele também brincou com a diferença de idade entre os dois, de cinco anos. "Sou muito mais jovem que o Cembranelli, por isso a diferença de idade com os alunos é menor".
Na vez de Cembranelli, o promotor foi surpreendido logo no início de sua fala, quando uma das mulheres presentes gritou “lindo”. Visivelmente constrangido, ele disse esperar que o artifício não fosse usado por nenhuma advogada no futuro, pois o desarmaria em um julgamento.
O promotor também se assustou com o número de pessoas no auditório, lotado de estudantes. “Achei que estava novamente no júri, de tanta gente que está presente”, afirmou. Ao contrário de Podval, que não citou o nome de Isabella nem de seus clientes em seu discurso, Cembranelli reforçou que todo o destaque dado a ele veio como consequência de seu trabalho após a morte da menina.
“Trocaria tudo isso pelo anonimato absoluto, voltaria tranquilamente para os meus plenários que não contam com espectadores, se pudesse devolver Isabella à sua mãe”, afirmou ele, para em seguida se dirigir a Podval.
Roberto Podval, advogado do casal Nardoni, também recebeu homenagem.
Recém-chegado de uma viagem a Nova York, nos Estados Unidos, de onde voltou com a família na madrugada desta segunda-feira (12), o promotor Francisco Cembranelli, responsável pela acusação no julgamento que condenou o pai e a madrasta da menina Isabella, contou ter sido reconhecido e parado na rua até na cidade norte-americana. O assédio também foi constante durante homenagem recebida nesta manhã no Complexo Educacional FMU, onde estudou – dezenas de jovens buscam se aproximar dele para tirar fotos e até mesmo pedir um autógrafo.
A homenagem foi dividida com seu adversário no emblemático júri: Roberto Podval, advogado de defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, também ex-aluno da instituição. Ambos receberam o título de promotor e advogado do ano, respectivamente.
“Nova York vive recheada de brasileiros. Muitos me pararam nas ruas, até brasileiros que residem lá e que acompanham pelos canais de satélite, viram o caso, então isso faz parte. Não me considero celebridade, essa fama vem de uma grande tragédia, mas eu procuro atende a todos com gentileza porque eu vejo isso como um reconhecimento do trabalho feito, que não começou no dia do julgamento, mas sim quando o crime foi praticado”, disse o promotor aos jornalistas depois do evento.
Em clima de cordialidade, com direito a risadas e cumprimentos, os dois evitaram falar sobre detalhes do processo na presença do outro. Ambos foram muito solicitados pelos estudantes – que além de fotos, levaram do processo para que fossem autografadas.
O primeiro a agradecer a homenagem foi Podval. Bastante descontraído, ele arrancou aplausos e risos dos estudantes desde o início, quando brincou sobre a lotação do auditório. "A última vez que encontrei tanta gente assim era para me bater", disse ele, em referência às agressões sofridas por populares em frente ao Fórum de Santana durante o julgamento. Em seguida, se manteve no assunto e pediu um auditório maior para a faculdade. "Minha função é defender, e eu não perco o vício."
Durante seus agradecimentos, o advogado conseguiu arrancar risadas até do promotor Cembranelli - quando disse que, excepcionalmente, a defesa estava falando primeiro, e quando afirmou ser chorão, reforçando que o promotor havia presenciado isso durante o júri. Ele também brincou com a diferença de idade entre os dois, de cinco anos. "Sou muito mais jovem que o Cembranelli, por isso a diferença de idade com os alunos é menor".
Na vez de Cembranelli, o promotor foi surpreendido logo no início de sua fala, quando uma das mulheres presentes gritou “lindo”. Visivelmente constrangido, ele disse esperar que o artifício não fosse usado por nenhuma advogada no futuro, pois o desarmaria em um julgamento.
O promotor também se assustou com o número de pessoas no auditório, lotado de estudantes. “Achei que estava novamente no júri, de tanta gente que está presente”, afirmou. Ao contrário de Podval, que não citou o nome de Isabella nem de seus clientes em seu discurso, Cembranelli reforçou que todo o destaque dado a ele veio como consequência de seu trabalho após a morte da menina.
“Trocaria tudo isso pelo anonimato absoluto, voltaria tranquilamente para os meus plenários que não contam com espectadores, se pudesse devolver Isabella à sua mãe”, afirmou ele, para em seguida se dirigir a Podval.
“Tenho hoje Podval como um grande amigo, uma pessoa cavalheira, por tudo o que fez. Não travamos duelos, apenas estávamos em lados opostos, defendendo um ideal diferente, mas com respeito, a fim de que a Justiça fosse feita.”
Depois da viagem com a família e o descanso, o promotor já tem um novo júri marcado. “A vida continua, já tenho outros julgamentos agendados, na próxima quarta-feira eu tenho o primeiro depois daquele. Tenho outros casos pela frente, tão importantes quanto, e vou me dedicar nos próximos 10, 15 anos da minha carreira ao tribunal do júri, que é o que eu sempre fiz, gosto de fazer e me acho mais útil para a sociedade”, afirmou.
Recursos
Em relação ao julgamento, Podval afirmou que há dois pontos principais em relação aos recursos pedidos por ele e sua equipe: a apelação, relativa aos méritos das questões, e o protesto por um novo júri – nesse caso, ele pede que os dois sejam julgados de acordo com a lei em vigor na data do crime, em que condenados a mais de 20 anos de prisão tinham direito a um novo júri.
“A gente precisa esperar uma decisão do Supremo [Tribunal Federal], que sobre o tema ainda não se manifestou”, afirmou ele, que acredita que seu caso demore entre um ano e meio a dois anos para ser analisado pelo STF.
O promotor Cembranelli se disse tranquilo com os protestos da defesa – para ele, uma parte normal do processo. “A defesa tem como lema que a esperança é a ultima que morre. Desde o início ela vem acreditando nos recursos interpostos, nos habeas corpus, e vem colhendo insucessos atrás de insucessos. Acredito que não será diferente no protesto, não cabe [um novo júri], o júri que aconteceu foi o primeiro e último, não acontecerá outro.”
G1
Depois da viagem com a família e o descanso, o promotor já tem um novo júri marcado. “A vida continua, já tenho outros julgamentos agendados, na próxima quarta-feira eu tenho o primeiro depois daquele. Tenho outros casos pela frente, tão importantes quanto, e vou me dedicar nos próximos 10, 15 anos da minha carreira ao tribunal do júri, que é o que eu sempre fiz, gosto de fazer e me acho mais útil para a sociedade”, afirmou.
Recursos
Em relação ao julgamento, Podval afirmou que há dois pontos principais em relação aos recursos pedidos por ele e sua equipe: a apelação, relativa aos méritos das questões, e o protesto por um novo júri – nesse caso, ele pede que os dois sejam julgados de acordo com a lei em vigor na data do crime, em que condenados a mais de 20 anos de prisão tinham direito a um novo júri.
“A gente precisa esperar uma decisão do Supremo [Tribunal Federal], que sobre o tema ainda não se manifestou”, afirmou ele, que acredita que seu caso demore entre um ano e meio a dois anos para ser analisado pelo STF.
O promotor Cembranelli se disse tranquilo com os protestos da defesa – para ele, uma parte normal do processo. “A defesa tem como lema que a esperança é a ultima que morre. Desde o início ela vem acreditando nos recursos interpostos, nos habeas corpus, e vem colhendo insucessos atrás de insucessos. Acredito que não será diferente no protesto, não cabe [um novo júri], o júri que aconteceu foi o primeiro e último, não acontecerá outro.”
G1
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