quarta-feira, 14 de abril de 2010

'Minha vida acabou', diz mãe das crianças jogadas da ponte pelo pai


A mãe das duas meninas jogadas da Ponte de Nova Almeida - distrito da Serra -, a diarista Ana Lúcia Correia, afirmou que o marido e acusado de ter praticado o crime era usuário de crack e alcoólatra. Momentos antes de lançar as filhas de uma altura de 10 metros, o pedreiro havia encontrado a mulher, de quem estava separado há dois meses, e a agrediu com socos e chutes. Ana Lúcia ressaltou que durante o casamento, que durou 14 anos, as discussões e agressões eram frequentes.
Todavia, segundo a mãe das pequenas Luciana e Luciene, Wilson era um pai carinhoso. "Eu não sei porque ele fez isso. Ele era carinhoso com as meninas, nunca bateu nelas. Quando eu brigava com elas, ele as defendia. Ontem foi o fim da picada. Acabou. Minha vida acabou", disse a mulher, emocionada.
Antes de ser informada que o corpo de uma das meninas foi encontrado numa praia do município vizinho de Fundão, a mãe ainda tinha esperanças de reencontrar as filhas com vida. "Até agora eu não estou acreditando que minhas filhas estão mortas. Só vou acreditar depois que eu ver. Tenho esperanças que elas ainda estão vivas. Enquanto não me provarem o contrário, não vou acreditar", afirmou.

Acusado está preso
O pedreiro Wilson da Conceição Barbosa, de 37 anos, terá que prestar novo depoimento à polícia. O pai que jogou duas filhas da ponte que liga Nova Almeida, na Serra, a Fundão, deverá esclarecer exatamente o que o motivou a cometer o crime. Os bombeiros encontraram na manha desta quarta o corpo de Luciene da Conceição Barbosa, de 4 anos.
Luciene e Luciana Dortes Barbosa, 2 anos, foram jogadas de uma altura de dez metros no Rio Reis Magos, no balneário de Nova Almeida, por volta das 18h de terça-feira (13). O corpo da garota mais velha foi localizado cerca de 16 horas depois do crime na localidade de Porto da Lama, no município de Fundão, a cerca de cinco quilômetros do local do crime.
Segundo o sargento Carlos Mendes, que comanda as operações de busca, a hipótese de a filha caçula de Ana Lúcia ser encontrada com vida é nula. Três bombeiros fazem as buscas pelo corpo de Luciana e as atividades se concentram ao norte de Nova Almeida.

Ameaças de suicídio
Tia paterna das crianças, a babá Luciléia Barbosa destacou que o irmão era uma pessoa alterada e que por diversas vezes agredia a família. Ela contou que nas últimas semanas chegou a apanhar três vezes do pedreiro, que quando estava alcoolizado também agredia a mãe, de 65 anos."Ele sempre falava que ia se matar, mas eu esperava que ele fosse matar a si próprio, não a duas crianças. Não tenho palavras, não tenho nem o que dizer", acrescentou.
Luciléia confirmou as agressões do irmão à ex-cunhada e disse que o motivo da separação dos dois foram os constantes espancamentos sofridos por Ana Lúcia. Contudo, Wilson não se conformava com a separação e na tarde de terça pediu que a mãe buscasse as meninas na casa onde viviam. Foi depois disso que o pedreiro cometeu o crime.

Depoimento e presídio
Segundo o delegado Josafá da Silva, da Delegacia de Crimes Contra a Vida da Serra, após prestar novo depoimento, Wilson Barbosa será transferido para um presídio da Grande Vitória. A Polícia Civil, no entanto, não pretende divulgar o destino do assassino das meninas Luciene e Luciana, por entender que isso colocaria a vida dele em risco.


Gazeta Online

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