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quarta-feira, 14 de abril de 2010
Polícia investiga troca de crianças em Goiânia
Mulher descobriu que criou filho de outra pessoa.
Enfermeira investigada em 2008 é suspeita de estar envolvida no caso.
A polícia investiga a possibilidade de uma funcionária de um hospital de Goiânia estar envolvida na troca de recém-nascidos.
Depois de um ano, um casal de Goiânia descobriu que o filho criado por eles não era deles. E, para piorar, o marido, desconfiado de traição, deixou a mulher.
A jovem de 22 anos, que não quer mostrar o rosto, teve o casamento destruído e até perdeu o emprego por causa de uma desconfiança: a paternidade do filho de apenas um ano. “Disseram que ele não era filho do meu esposo, por ele ser branco e não parecer com a família”.
Depois de abandonada pelo marido, ela resolveu pedir o exame de DNA para provar que o filho era dele. Mas o resultado trouxe uma surpresa e mais sofrimento. “Estava assim: ‘não são pais biológicos da criança’. Entrei em estado de choque. Comecei a chorar”.
A suspeita é a de que o bebê foi trocado no Hospital Santa Lúcia, na região central de Goiânia. A direção do estabelecimento não quis gravar entrevista, mas divulgou nota afirmando que está ajudando nas investigações e repassou a polícia a lista de todos os funcionários que trabalharam no complexo no dia do parto e também das mães que deram a luz no mesmo dia.
Nesta quarta-feira (14) deve sair o resultado do exame de DNA de uma outra criança que pode ser o filho biológico da jovem.
Suspeita de outras trocas
Se for confirmada a troca, esta não será a primeira vez que um crime de substituição de recém-nascido acontece no mesmo hospital: em 2008, outros dois bebês foram trocados. Uma enfermeira foi indiciada. A suspeita da polícia é de que ela também está envolvida neste caso, já que na época ainda trabalhava no hospital.
“A pessoa acusada pela troca, que já foi investigada, pode ser também responsável por este fato que está agora sendo investigado, já que ela trabalhou na noite que estas crianças nasceram e no dia seguinte também estava no hospital. Portanto pode ser novamente responsável pela troca das crianças”, suspeita a delegada Adriana Accorsi.
Mesmo querendo saber onde está o filho biológico, agora a mãe sofre diante da possibilidade de se separar do bebê que criou. “No meu pensamento eu creio que ela seja igual a mim. Uma mãe que já sofreu muito, ficou madrugadas inteiras, amamentou meu filho como eu amamentei o dela, deu amor, carinho, dinheiro, tudo. O amor que ela sente por ele é enorme. Eu sei que ela não vai querer trocar simplesmente assim. Vamos conviver juntos, tentar ser uma só família”, afirma.
Ao se perguntada se não tem importância ele não ser seu filho, ela responde: “não tem, não tem. Ele é tudo para mim”.
G1
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