sábado, 12 de dezembro de 2009

Clima: manifestantes do mundo inteiro pedem pelo clima; incidentes em Copenhague


Milhares de manifestantes saíram às suas neste sábado em vários países para pedir um acordo ambicioso e empenhado à Conferência sobre o Clima de Copenhague, onde foram registrados alguns incidentes.

A capital dinamarquesa recebe desde segunda-feira passada, até 18 de dezembro, delegados de 193 países, encarregados de assinar um acordo que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2013.
A região Ásia-Pacífico, que abriga inúmeros Estados, entre eles algumas ilhas, particularmente vulneráveis ao aquecimento global, deram início às manifestações, com 50.000 pessoas, segundo organizadores, nas ruas de Austrália, Camberra, Sydney e Melbourne principalmente, usando laços azuis.
Em Manila, centenas de pessoas, a maioria estudantes, manifestaram vestidas de vermelho, com faixas defendendo a energia solar, em frente à prefeitura da capital filipina.
Em Hong Kong e Jacarta, grupos de centenas de manifestantes se juntaram para pedir uma ação contra a mudança climática.
Em Copenhague, 30 mil manifestantes, segundo a polícia, e 100 mil de acordo com os organizadores, foram às ruas enfrentando o frio no início da tarde.
Do Parlamento, no centro da cidade, o cortejo saiu em direção ao Bella Center, onde está sendo realizada a Cúpula sobre o clima da ONU, a 6km ao sul da cidade.
Centenas de metros após a largada, um grupo de quase 300 manifestantes inteiramente vestidos de preto, munidos com picaretas e martelos, atacou vitrines no percurso, constatou um jornalista da AFP no local. Eles foram cercados por 50 policiais antimontins, que os mobilizaram no chão para depois interrogá-los.
Os desordeiros se dispersaram em seguida em pequenos grupos de cinco ou seis para se juntarem ao cortejo, de onde saem pontualmente para quebrar vidraças.
"Estamos vigiando os grupinhos extremistas", disse antes à AFP o porta-voz da polícia, Henrik Jakobsen, enquanto helicópteros das forças de ordem circulam no espaço aéreo da manifestação.
O pequeno grupo de extrema esquerda "Never Trust a Cop" ("Nunca confie em um policial", nota da redação) convocou uma manifestação anticapitalista no centro da cidade.
A maioria dos manifestantes, vindos de carro e de trem das grandes cidades da Alemanha, de Londres, de Amsterdã ou ainda de Milão, é de origem europeia, mas inúmeros asiáticos, entre eles chineses e coreanos, estão presentes, assim como alguns africanos.
A manifestação está sendo acompanhada por dezenas de delegados nas televisões instaladas nos corredores da conferência de Copenhague.
Quase 3.000 pessoas, a maioria vestida de azul claro, formou péla manhã um primeiro ato em Copenhague, convocadas pelo grupo Amigos da Terra, que pretendem formar uma "maré azul" para a justiça pelo clima.
Um manifestante fantasiado de Papai Noel dizia com um cartaz que o aquecimento avança duas vezes mais rápido no Ártico: "Meu Rudoph (a rena que o acompanha) não pode mais suportar".
Sexta-feira, 75 pessoas foram interrogadas e três, dois britânicos e um francês, foram expulsos.
"Toda semana, ouvimos muitas desculpas da parte dos países do norte, responsáveis da crise ecológica", disse Lidy Nacpil, militante filipina da Jubilee South Coalition em Copenhague. "Hoje, estamos nas ruas para pedir o reparto da dívida ecológica em favor do Sul".
Pela primeira vez na história da diplomacia climática, nascida em 1992 com a adoção da Convenção da ONU, o movimento antiglobalização se aproximou das organizações ambientais.
O eurodeputado francês José Bové, símbolo da luta contra a globalização, declarou à AFP ter ido a Copenhague "aliar justiça climática à justiça social": "hoje, não existe diferença entre o combate ao aquecimento climático e luta por um outro mundo".
A organização Oxfam mobilizou várias personalidades, entre elas a modelo dinamarqueza Helena Christensen, a cantora Angelique Kidjo, a ex-comissaria da ONU para os refugiados Mary Robinson, que devem falar à multidão.
No final da tarde, o ex-arcebispo sul-africano do Cabo Desmond Tutu deve participar de uma vigília no Bella Center.

AFP


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