sábado, 12 de dezembro de 2009

Perícia tem urina, e não sangue dos Nardoni, diz defesa do casal



Roberto Podval contesta exame de DNA feito no Instituto de Criminalística.
Casal cedeu saliva e cabelo para confronto a pedido da Justiça.

Para o advogado de defesa do casal Nardoni, a amostra que o Ministério Público afirma ter sido colhida dos acusados de matar Isabella e que está no Instituto de Criminalística (IC) não é sangue, mas sim urina. De acordo com Roberto Podval, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina morta em 29 de março de 2008, cederam urina e não sangue quando foram realizar exames toxicológicos pela primeira vez no Instituto Médico Legal (IML), em São Paulo. Eles estão presos em Tremembé, a 147 km da capital, e negam o crime.
A afirmação de Podval foi dada nesta sexta-feira (11) por telefone ao G1, dois dias após o IC ter divulgado resultado de um exame de DNA que comprovou que o material genético que está guardado no instituto desde 2008 pertence mesmo ao casal. O teste foi feito pelo IC a pedido pelos defensores dos Nardoni e autorizado pela Justiça, porque os advogados alegaram que Alexandre e Anna Carolina jamais haviam fornecido sangue no IML e existia dúvida sobre a procedência do material armazenado. Em 6 de novembro, eles cederam fios de cabelo e saliva para o confronto genético.
“O que a acusação diz ser sangue é, na verdade, material genético retirado da urina do casal. O que estou dizendo é que não é sangue que está guardado no IC porque eles [peritos] não colheram sangue, mas sim urina. Falei com os pais do casal. Disseram que seus filhos fizeram exame de urina. Portanto, todos os exames que a polícia diz terem sido feitos a partir do sangue que está guardado lá foram tirados do exame toxicológico feito na urina do casal. Só posso constatar que o exame de DNA não foi correto. Não confio no resultado”, afirmou Podval.
O advogado disse que vai entrar com um novo pedido na Justiça, na próxima segunda-feira (14). Dessa vez, ele quer que o juiz Maurício Fossen autorize a realização de um novo exame, mas agora, em um laboratório particular para saber se o que está no IC é mesmo sangue.

'Molho de tomate'
Desde o início das investigações, a Promotoria, a Polícia Civil e os peritos da Polícia Técnico Científica sempre sustentaram o contrário: que foi feita a coleta de sangue de Alexandre e Anna Carolina com a autorização deles. Essas amostras de sangue que estão no IC foram utilizadas para comparação com manchas encontradas nas roupas e no chão do apartamento onde Isabella estava. Segundo a polícia, o sangue do casal foi utilizado para gerar parte das provas contra eles.
Procurado para comentar as declarações do advogado, o promotor Francisco Cembranelli, responsável pela acusação, disse que o material genético que está guardado no IC é sangue do casal. “O material é sangue, a não ser que ele [Podval] ache que é molho de tomate”, afirmou Cembranelli.
Segundo o promotor, o exame de DNA de quarta-feira não foi feito para comprovar a autencidade do sangue que ele diz estar no IC. Cembranelli afirma que o resultado do teste serviu apenas para mostrar que o material colhido em 2008 é compatível geneticamente com os fios de cabelo e saliva do casal retirados no mês passado. “A pergunta que foi feita para o juiz [no pedido de exame] era se o sangue pertencia ao casal e não se aquilo era sangue. Agora ele diz que o que está lá é urina? Está bom. Ele precisa ler o processo: são ampolas de sangue que foram lacradas e abertas na nossa frente e de advogadas do escritório dele. Esse tipo de crítica é inaceitável.”

Julgamento
O resultado do exame de DNA irá à Justiça, na segunda, para ser anexado aos autos do processo contra o casal. O objetivo da defesa em questionar se o sangue no IC é mesmo do casal é tentar descaracterizar e encontrar falhas no trabalho da perícia e da acusação.
Em princípio, essa tática não vai modificar a acusação sobre os Nardoni terem matado Isabella. Isso porque há outros indícios apontados pelo Ministério Público para culpar o casal (nenhuma terceira pessoa foi encontrada no apartamento; o tempo que os Nardoni alegam que ficaram fora do quarto não seria compatível para um criminoso matar Isabella e fugir; testemunhas afirmam que só os dois haviam estado com a menina no momento do crime).
A discussão sobre o sangue pode, no entanto, protelar a data do julgamento dos réus. O dia em que eles irão a júri popular deve ser anunciado ainda nesta semana. Para o promotor, Alexandre e Anna Carolina devem ser julgados no primeiro semestre de 2010.

Caso
sabella Nardoni morreu após ter sofrido esganadura e ter caído da janela do sexto andar de um apartamento na Zona Norte da capital, na noite de 29 de março de 2008. Para a Promotoria, a madrasta agrediu a criança, que tinha 5 anos na época, e o pai a jogou do quarto até o chão. O motivo apontado pelo MP é uma discussão. Alexandre e Anna Carolina negam que tenham matado Isabella. Eles alegaram à época que um desconhecido entrou no quarto da menina e a matou. Essa pessoa nunca foi encontrada pela polícia. Recentemente, os defensores do casal cogitaram a possibilidade de ter ocorrido até mesmo um acidente doméstico com a garota: Isabella poderia ter caído sozinha da janela.

Kleber Tomaz

G1

Um comentário:

  1. Depois dessa piada sem graça nem um kkkkk merece.
    Os artistas desse circo estão piorando suas atuações.
    Dr.Maurício Fossen, CADEIA PRA TODOS ELES.

    ResponderExcluir

Verbratec© Desktop.