segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Crimes pela internet aumentam no final do ano


As épocas de Natal e Ano Novo são, para muitos, as mais esperadas. Já no início de dezembro, é possível perceber em toda a cidade a grande expectativa pela chegada das festas de fim de ano. Os shoppings lotam, as ruas ficam mais movimentadas e os enfeites estão por toda parte.
Para os criminosos, esta época também é uma das mais aguardadas, pois é um bom momento para “agir”, colocando em prática os vários planos para fazer vítimas. A internet tem sido um dos meios preferidos para a prática de crimes. Por conta da dificuldade em identificar os criminosos, eles têm cada vez mais se utilizado deste meio para roubar. “A internet vem sendo utilizada não só como meio de informação, mas também para a propagação de crimes, e temos procurado coibir isso”, afirma a delegada Beatriz Machado, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos (DRCT), criada em março deste ano para coibir os crimes em meios eletrônicos.
Foi através da internet que Paulo Ribeiro, 38 anos, caiu em um golpe e perdeu R$2.600. Além do prejuízo financeiro, a vergonha e a humilhação são os principais obstáculos enfrentados por ele. “Eu fiquei com tanta vergonha que nunca contei pra minha família. A gente se sente humilhado”, contou o homem, que em maio deste ano resolveu comprar um carro pelo site www.finavelveiculos.com.br. A vítima entrou em contato com o suposto vendedor e ele disse que era necessário efetuar um depósito de R$ 2.600. Paulo fez isso e em seguida, foi até o município de Tucuruí, como havia sido acordado. Já na cidade, ele aguardou o “vendedor” e nada. Até que descobriu que se tratava de um golpe. O rapaz comunicou aos policiais da DRCT e o trabalho de investigação iniciou. Cerca de um mês depois, quatro criminosos envolvidos no crime foram presos. “Na última vez em que eu falei com ele pelo telefone, o bandido disse que isso era uma lição de vida e, se eu contasse para alguém, ia me matar”.

Fraudes em cartões de crédito lideram os crimes na Internet

As fraudes envolvendo cartões de crédito são as que vêm ganhando mais destaque. No mês de setembro, os policiais da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) conseguiram prender uma quadrilha de estelionatários que vinha fraudando, pela internet, contas bancárias de idosos e beneficiários de proventos do governo federal no município de Curuçá e, ainda, em pelo menos três estados do país.
Para evitar novas vítimas, é preciso cuidado, especialmente, durante as compras de Natal, quando muitos clientes desejam adquirir os presentes pela internet. Segundo especialistas, as transações de cartão de crédito online são bastante arriscadas, já que os dados fornecidos durante as operações podem ser interceptados com facilidade por um hacker bem treinado.
“É preciso que as pessoas tomem muito cuidado na hora da compra, já que os criminosos intensificarão as fraudes no comércio eletrônico, principalmente na criação de lojas virtuais, que não entregam os produtos e usam os dados do cliente para práticas de outros crimes”, alertou a delegada Beatriz Machado.
Com a utilização de cartões de crédito roubados, muitos criminosos fazem compras ou ações indevidas em nome das vítimas. Josianny Ruses, proprietária de uma locadora de carros, foi vítima de um golpe desse tipo.
“Um homem foi até a loja e, usando um cartão de crédito roubado, conseguiu a liberação para locar um carro para dois dias. Ele simplesmente não devolveu e ficou andando pela cidade. Procurei a polícia e, cerca de uma semana depois, ele foi preso e o carro, recuperado. Ele ainda usou outro cartão de crédito para abastecer o veículo”, contou a vítima.

Pornografia também está na mira da polícia

Este mês, os policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos também estão “de olho” em criminosos que utilizam a internet para a vulgarização e banalização da pornografia infanto-juvenil e adulta não autorizada. Foi iniciada uma campanha de combate a este tipo de crime.
“É preciso alertar que qualquer participação nesses casos é crime. Quem for flagrado pode ser preso. É preciso alertar os jovens que se deixam filmar que nem sempre os vídeos cairão nas mãos de quem essas pessoas desejam”, afirmou a delegada Beatriz Machado.
No último mês de novembro, um homem foi preso na casa dele, em Belém, por divulgar imagens pornográficas de adolescentes na internet.
Reinold Wiec Júnior utilizava sites legalizados de pornografia adulta e nos mesmos inseria links pornográficos de adolescentes. Para dificultar a ação da polícia, o acusado colocava fotos de meninas de fora do país. Dessa forma, ficava mais difícil a identificação das vítimas. Reinold continua preso à disposição da justiça.

DENÚNCIAS

Em cinco anos, mais de 25 mil denúncias relacionadas à pedofilia foram feitas no Pará. Nos últimos 12 meses, o Pró-paz registrou mais de mil casos. As informações são da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acompanha as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pedofilia no Estado. Para dar mais agilidade às investigações, o Ministério da Justiça lançou, na última quinta-feira, no site da Polícia Federal, um formulário eletrônico para denúncias.
Segundo Fernando Sérgio, da Polícia Federal no Pará, o serviço funciona como um sistema de proteção da sociedade que é vítima de crimes de pedofilia, genocídio ou preconceito. No formulário, o denunciante tem a opção de deixar contato para que a Polícia Federal possa coletar mais informações.
Antigamente, as denúncias eram feitas na Polícia Civil ou na própria sede da Polícia Federal. Agora, a população pode entrar no site do órgão e acessar o link do tipo de violação de direito quer denunciar. De acordo com Sérgio, o formulário será útil para a polícia dar início a novas investigações ou ainda acrescentar a trabalhos já existentes.

SERVIÇO

Denúncias de casos de pedofilia pela internet podem ser feitas no www.dpf.gov.br ou pelo e-mail denuncia.ddh@dpf.gov.br

CRIMES TECNOLÓGICOS

Denúncias de crimes tecnológicos podem ser feitas na sede da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), na travessa Vileta, nº 1100, entre Marquês de Herval e av. Pedro Miranda, no bairro da Pedreira, em Belém.

As vítimas também podem entrar em contato pelos telefones (091)4006-8114/ 8120/ 8121. (Diário do Pará)

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