sábado, 5 de março de 2011

ONU ressalta preocupação por trabalhadores africanos na Líbia

Trabalhadores do sul da África esperam para embarcar em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia e centro do pólo opositor a Muammar Gaddafi, em navio de companhia turca; grupo é um dos mais vulneráveis no país durante a crise

Milhares de imigrantes ainda não conseguiram deixar o país, que vive guerra civil
O alto comissário da ONU (Organização das Nações Unidas) para os refugiados, Antonio Guterres, disse neste sábado (5) estar preocupado, em entrevista à TV Al Jazeera, do Qatar, pelos trabalhadores da África subsaariana que não conseguiram sair da Líbia ainda. O país vive desde a última quarta-feira (2), praticamente uma guerra civil declarada, com a tomada de cidades pelos rebeldes e bombardeios promovidos pela ditadura de Muammar Gaddafi, há mais de 40 anos no poder.
A Líbia contava com muitos trabalhadores estrangeiros que atuavam no setor de petróleo, mas também no da construção civil. Com pagamentos mais altos do que outros países na região, ela atraiu muitos cidadãos da Nigéria, Guiné Bissau, entre outros países.
No entanto, há outro grupo de africanos de cor negra no país: os mercenários empregados pelo regime do ditador Muammar Gaddafi. Este grupo, odiado pelos líbios é responsabilizado por verdadeiros massacres no país.
A preocupação de Guterres é justamente esta, a de que estas pessoas, confundidas com mercenários, possam ser alvo de ataques.
O jornal americano The New York Times conversou com alguns africanos subsaarianos que conseguiram sair da Líbia e passar para a fronteira com a Tunísia. Eles disseram contar com a ajuda de conhecidos líbios para sair do país em segurança. Em alguns lugares, eles ficaram escondidos para não serem confundidos com os rebeldes nem encontrarem os violentos mercenários de Gaddafi.
A ONU se preocupa com a abrupta diminuição no fluxo da fronteira Líbia-Tunísia. A organização chamou a atenção nesta sexta-feira (4), de acordo com a France Presse, para o fato de que 15 mil a 20 mil pessoas atravessavam a fronteira diariamente até ontem, quando a área passou para o controle de Gaddafi. O fluxo caiu para menos de 2.000.
O jornal parisiense Le Monde informou que alguns dos recém-chegados à Tunísia, de Bangladesh e da África central, disseram que forças leais ao ditador e mercenários exigiram dinheiro e bens para permitir a passagem rumo à fronteira.


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