sexta-feira, 22 de maio de 2009

Polícia suspeita que funcionários facilitaram entrada de ladrões em condomínio onde menina foi baleada em SP

SÃO PAULO - O delegado Paulo Henrique Nabuco, que investiga as circunstâncias da morte da menina Gabriela Nunes de Araújo, de 8 anos, baleada com um tiro na cabeça em um condomínio de luxo em Rio Claro, a 173 quilômetros da capital, disse que os dois criminosos que invadiram a casa podem ter tido ajuda de funcionários do próprio condomínio para entrar. As câmeras de segurança estavam desligadas, assim como a cerca elétrica, e não foram feitas imagens da invasão. Apenas o alarme da casa disparou quando os bandidos estavam na residência. Foi o barulho do alarme que levou um dos bandidos a atirar propositadamente na menina, que morreu nesta quinta-feira.
- Nós trabalhamos com a hipótese de que os bandidos já sabiam que as câmeras e a cerca estavam desligados - afirmou o delegado.
Para entrar na residência, os ladrões escalaram um muro alto do condomínio e passaram pela cerca elétrica. Os criminosos ainda passaram por quatro câmeras.
Já foram ouvidas seis testemunhas, entre elas a babá que estava sozinha com as crianças, funcionários da administração do condomínio e responsáveis pela segurança. A polícia também já ouviu também o casal que teve o carro roubado pelos criminosos na fuga e uma testemunha que viu os assaltantes saindo do condomínio. As vítimas reconheceram os suspeitos em um álbum de fotos da delegacia. Outros dois criminosos que davam cobertura à dupla, também foram identificados.
Os pais da menina estavam viajando a trabalho. O pai de Gabriela é o empresário Vitor Vanetti de Araújo, um dos sócios da indústria de produtos agrícolas Agroceres.
O delegado disse que os bandidos que invadiram a casa têm 20 e 17 anos. Foi o menor quem atirou.
- O menor de 17 anos esteve internado na Fundação Casa até janeiro deste ano, por porte ilegal de armas. Ele, e mais quatro pessoas, foram flagrados portando três armas e vários capuzes - disse o delegado.
Policiais civis do Departamento de Investigações Gerais (DIG) de Rio Claro realizaram nesta quinta uma megaoperação nos prédios da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) da cidade à procura de dois ladrões que participaram do roubo.
A polícia também revistou as casas dos dois suspeitos de participarem da fuga mas ninguém foi preso até agora. No CDHU de Rio Claro, policiais procuraram pelos ladrões em um matagal.
Na manhã desta sexta, a assessoria do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, informou que a família autorizou a doação dos órgãos de Gabriela. Serão doados coração, pulmões, pâncreas, rins, fígado e córneas.


O Globo On Line

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