sexta-feira, 22 de maio de 2009

Opinião: Impunidade destroi mais duas famílias


Dias atrás, na Grande São Paulo uma família inteira foi destruida após a morte do pai e filho, que foram pegos de surpresa e assassinados dentro de casa mesmo sem esboçar qualquer tipo de reação. A consequência disso terminou com a morte prematura da mãe das vítimas por parada cardíaca.

Ontem, morreu a menina Gabriela, de 8 anos, friamente assassinada por um delinquente de 17 anos que mirou em sua cabeça e atirou após ter ouvido o soar de um alarme, enquanto realizava assalto na residência onde encontrava-se a babá e as irmãs gêmeas em um condomínio fechado em Rio Claro, interior de São Paulo.

A pergunta que fica nesses dois casos. Quanto vale a vida dessas pessoas?

Para a família das vítimas, a vida pode custar a morte espiritual e a morte real, levando a "banca rota", o credo e o sentido da vida para essas pessoas. Sentido este que é o da procriação e perpetuação da espécie.

No primeiro caso, a esperança de lutar pela vida, da mãe vítima de câncer, acabou no momento que seu marido e filho morreram.

No segundo caso, a vida da criança decretou a morte espiritual de seu pai, de sua mãe e de sua irmã gêmea. A morte dela poderá desestruturar toda a expectativa de vida desse casal que lutou e trabalhou para poder dar o direito de conforto próximo de um país de primeiro mundo as suas duas filhas. Pena que estão vivendo em um país de terceiro mundo.

Infelizmente não são apenas dois casos isolados, só para lembrar os esquecidos, alguns casos de maior comoção... Yves Ota (8 anos) +97, Liana Friedenbach (15 anos) e Felipe Caffe (18 anos), +2003, Gabriela Prado (14 anos) +2003, João Hélio Fernandes Vieites (6 anos) +2007, Isabella Nardoni (5 anos) +2008

Marginais como esses que destroçaram a vida dessas famílias, na maior parte das vezes, quando são presos, ou já estavam cumprindo pena e estavam soltos através de indulto, ou estavam aguardando serem chamados, ou estavam foragidos ou já estavam em liberdade por cumprir pena mínima.

Esses marginais, que são constantemente pegos pela polícia em ações que diga-se de passagem, em São Paulo são muito bem realizadas, saem minutos depois pela porta da frente da delegacia rindo dos "palhaços" que os prenderam. Infelizmente é isso que eles pensam da nossa polícia.

Esses marginais, podem decretar nosso último dia a qualquer momento e em qualquer lugar. Se tivermos sorte, talvez essa não seja nossa última leitura.

Nós, como brasileiros e pais de família, vivendo numa das dez maiores economias do planeta não podemos mais aceitar esse tipo de atitude de país tribal, totalmente negligente e intransigente. Atitude esta que está colocando em risco a vida de milhares de pessoas de bem.

Nosso Estado, infelizmente, está fazendo um papel pior que dos bandidos, pois esses já se declararam criminosos e não se fazem de mocinhos. Estes, tem leis mais dinâmicas, eficientes e eficazes do que nosso Estado. Em algumas cidades, como é o caso da cidade do Rio de Janeiro, já são um Estado quase que independente.

Até quando poderemos aceitar essa negligência do Estado brasileiro com as questões sociais?

Estado este que se vangloria e divulga na televisão que bateu recordes de arrecadação de impostos.

Estado esse, cujos eleitos democraticamente possuem castelos, emitem notas fiscais de suas empresas para justificar gastos absurdos, gastam milhões com cartões de crédito, fazem viajem para Disney com toda a familia usando dinheiro público, estão loucos para prolongar ainda mais seus mandatos e ainda se acham no direito de de dizer que estão se lixando para o povo.

Será que já não estamos trocando nossa democracia por uma anarquia que poderá colocar na mão de cada cidadão o direito de ser o próprio Estado?


Equipe VIVAcidade. 22.05.2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verbratec© Desktop.