quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ONG ajuda famílias carentes a montarem infraestrutura de atendimento a pacientes e chega a financiar obras


RIO - Como chefe de setor de psicossomática do Hospital da Lagoa, a médica Vera Cordeiro passou pela aflição de ver mulheres em situação de total desespero. Não só por conta das doenças graves que acometiam seus filhos, mas pela situação miserável em que se encontravam. De acordo com a reportagem de Jacqueline Costa do Globo deste domingo, uma delas chegou a dizer: "Doutora, leva o meu menino para casa e cria porque comigo ele vai morrer". Vera lembra que a criança tinha uma síndrome absortiva e necessitava de um leite especial, cuja lata custa, hoje, cerca de R$ 170. Essa história se passou em 1991, ano em que a médica decidiu rifar no play de seu prédio, na Barra, um lençol bordado pela mãe. Naquele dia, nasceu a Associação Saúde Criança (que, no último dia 3, abandonou o antigo nome, Saúde Criança Renascer.

Pré-requisito é estar abaixo da linha da pobreza
A organização chegou à maioridade e não para de crescer. Para a família ser ajudada, um pré-requisito é estar abaixo da linha da pobreza. A triagem é feita por assistentes sociais no Hospital da Lagoa. De lá, o responsável pela criança é encaminhado para a sede do Saúde Criança, no Parque Lage, onde é traçado o Plano de Ação Familiar (Paf) levando em consideração a situação geral da família. A partir daí, é feita uma lista de necessidades, metas e ações com apoio de uma equipe formada por profissionais como assistentes sociais, psicólogos, engenheiros, arquitetos e advogados.
- A mãe ou o responsável ajuda a pensar como poderiam viver melhor. Junto com a família, vai se criando um novo ambiente de salubridade, de cidadania. A doença acaba sendo vista como uma oportunidade de ajudar a todos - explica Vera Cordeiro.
Se a mãe não tem nenhuma formação, pode aprender uma profissão em cursos dados na associação ou pagos pela instituição para serem feitos fora. Se a casa é insalubre, é feita uma avaliação para que seja reformada. As famílias recebem alimentos e remédios e, em média, levam dois anos para se reestruturarem. Com cada uma, são gastos cerca de R$ 600 por mês.
- Sabendo onde se quer chegar, tudo fica mais fácil. Esses objetivos podem ser modificados porque o planejamento não é estático, assim como a vida não é - explica a clínica geral, que trabalhou 20 anos no Hospital da Lagoa.


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