quinta-feira, 26 de novembro de 2009

OS JOVENS E A VIOLÊNCIA


Além de quantificar o elevado percentual de jovens brasileiros expostos à violência, duas pesquisas coordenadas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a pedido do Ministério da Justiça, confirmam na prática uma associação direta entre os níveis de criminalidade na faixa até 29 anos e as condições adversas a que são submetidos. Por isso, os resultados precisam ser vistos tanto pelas suas constatações quanto pelas razões apontadas para elas, pois permitem um melhor enfrentamento do problema. A excessiva exposição da juventude à criminalidade é um desafio a ser enfrentado de imediato e de forma eficaz, para evitar que tantas gerações continuem sendo prejudicadas por essa chaga, muitas vezes de forma irreversível.
Um dos levantamentos, realizado pelo Instituto Datafolha entre junho e julho deste ano, mede a percepção de mais de 5 mil jovens sobre a violência em 31 cidades. O outro, elaborado pela Fundação Seade com base em dados de 2006, define um índice que avalia a vulnerabilidade dos jovens à violência em 266 cidades do país com mais de 100 mil habitantes. Entre os exemplos de baixa vulnerabilidade juvenil à violência, estão Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, assim como Florianópolis e Porto Alegre entre as capitais, cuja experiência bem-sucedida nessa área deveria servir de inspiração para outras administrações.
O que chama a atenção nas pesquisas a serem usadas para nortear ações do Ministério da Justiça na prevenção da criminalidade, porém, é a excessiva exposição dos jovens à violência e a associação direta do fenômeno com más condições de vida. Entre os entrevistados, 55% alegam já ter visto uma pessoa assassinada. Nada menos de 30,3% dos jovens estão em contato direto com a criminalidade. As causas são as óbvias e é por elas que as ações deveriam ter início. Adolescentes mais vulneráveis à violência, na maioria dos casos, já concluíram a escola e não têm qualquer perspectiva de trabalho. Além disso, na maioria dos casos, moram em residências precárias e têm origem em famílias desagregadas, além de não contarem nas imediações com praças, quadras de esportes ou bibliotecas. Com tanta privação e falta do que fazer, muitos desses jovens acabam sendo empurrados para drogas como o crack e para o mundo do crime, de onde dificilmente conseguem sair sem uma ajuda efetiva.
Preservar a juventude brasileira das consequências da criminalidade implica um combate firme ao narcotráfico, mas também providências de âmbito social que assegurem melhor qualidade de vida. Os jovens precisam frequentar a escola e ter oportunidades de emprego quando concluem os estudos, precondição para que possam conquistar condições sociais superiores às de seus pais. Entre os pressupostos para avanços, estão moradia mais digna e um espaço de convivência no qual possam contar com opções saudáveis de lazer e acesso facilitado a atendimento médico e hospitalar, muitos deles supridos por líderes do narcotráfico, que se aproveitam das brechas deixadas pelo poder público para preenchê-las.
Preservar a juventude brasileira das consequências da criminalidade implica um combate firme ao narcotráfico, mas também providências de âmbito social.

Fonte: Zero Hora

Um comentário:

  1. este artigo é super imteressamte e também muito imformativo.PARABÉNS

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