Aluna foi insultada em reunião que discutia furto de dinheiro de associação.
Inquérito foi aberto na Delegacia de Crimes Raciais, em São Paulo.
A polícia abriu inquérito para apurar denúncia de racismo durante uma reunião entre as pessoas que vivem na residência estudantil da Universidade de São Paulo (USP).
O encontro havia sido convocado no dia 11 deste mês por integrantes da associação de moradores do Conjunto Residencial da USP (Crusp), que fica na Cidade Universitária, para discutir o furto de dinheiro do caixa da entidade.
A aluna do curso de história Luanda Dessana Ferreira dos Santos, 26 anos, que era a tesoureira na época do ocorrido, começou a ser acusada do crime. No calor da discussão, um rapaz que nem seria aluno da USP teria insultado a universitária com palavrões. Luanda conta que rebateu e disse que ele era racista, ao que o rapaz teria retrucado: “Sou mesmo racista”.
Ela diz não conhecer o rapaz, sabe apenas o seu primeiro nome. Segundo Luanda, ele seria namorado de uma estudante da USP, que também teria ameaçado Luanda. “Ela disse que iríamos acertar isso lá fora.” Um boletim de ocorrência foi registrado, dois dias depois da reunião, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro de São Paulo. O rapaz responderá por injúria racial e a estudante, por crime de ameaça. O G1 tentou localizar o rapaz e a estudante, mas não conseguiu.
Um membro da associação, que pediu para não ser identificado, contou ao G1 que, no momento da discussão, a mesa que coordenava a reunião repudiou o ato de racismo. “A gestão não compactua com esse tipo de atitude.” Ele conta que as reuniões são abertas e qualquer um pode participar. No entanto, segundo ele, depois do ocorrido, o rapaz acusado de racismo não apareceu mais.
Caixa
O dinheiro da associação, chamada de AmorCrusp, vem da locação de espaços comerciais, como uma lanchonete e um Xerox, em um dos blocos do Crusp. O arrecadado no mês gira em torno de R$ 5.000, diz Luanda. Com ele, paga-se uma faxineira para os blocos e alguns secretários da associação. Também são promovidas atividades, como a semana de consciência negra. No dia das eleições para reitor, por exemplo, o bandejão (restaurante universitário) não funcionou e o churrasco para os moradores do Crusp foi pago com dinheiro da associação.
Quando entra algum aluguel, o dinheiro é depositado numa caixa de madeira, que tem uma abertura em cima que a assemelha a uma urna eleitoral. “O depósito pode ser feito por qualquer pessoa. Depois, o tesoureiro vai lá, abre a caixa e dá baixa no valor.” Segundo Luanda, a caixa sumiu por alguns dias do cofre. Por isso, diz, não é possível saber quanto havia nela. “Várias pessoas têm a chave do cofre. De qualquer maneira, eu fiz um boletim de ocorrência do furto da caixa.”
A Reitoria da USP informou que não interfere na gestão da associação de moradores do Crusp. Disse ainda que só poderá abrir uma sindicância interna se o caso for levado até a Ouvidoria da universidade, o que ainda não aconteceu.
G1
Inquérito foi aberto na Delegacia de Crimes Raciais, em São Paulo.
A polícia abriu inquérito para apurar denúncia de racismo durante uma reunião entre as pessoas que vivem na residência estudantil da Universidade de São Paulo (USP).
O encontro havia sido convocado no dia 11 deste mês por integrantes da associação de moradores do Conjunto Residencial da USP (Crusp), que fica na Cidade Universitária, para discutir o furto de dinheiro do caixa da entidade.
A aluna do curso de história Luanda Dessana Ferreira dos Santos, 26 anos, que era a tesoureira na época do ocorrido, começou a ser acusada do crime. No calor da discussão, um rapaz que nem seria aluno da USP teria insultado a universitária com palavrões. Luanda conta que rebateu e disse que ele era racista, ao que o rapaz teria retrucado: “Sou mesmo racista”.
Ela diz não conhecer o rapaz, sabe apenas o seu primeiro nome. Segundo Luanda, ele seria namorado de uma estudante da USP, que também teria ameaçado Luanda. “Ela disse que iríamos acertar isso lá fora.” Um boletim de ocorrência foi registrado, dois dias depois da reunião, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro de São Paulo. O rapaz responderá por injúria racial e a estudante, por crime de ameaça. O G1 tentou localizar o rapaz e a estudante, mas não conseguiu.
Um membro da associação, que pediu para não ser identificado, contou ao G1 que, no momento da discussão, a mesa que coordenava a reunião repudiou o ato de racismo. “A gestão não compactua com esse tipo de atitude.” Ele conta que as reuniões são abertas e qualquer um pode participar. No entanto, segundo ele, depois do ocorrido, o rapaz acusado de racismo não apareceu mais.
Caixa
O dinheiro da associação, chamada de AmorCrusp, vem da locação de espaços comerciais, como uma lanchonete e um Xerox, em um dos blocos do Crusp. O arrecadado no mês gira em torno de R$ 5.000, diz Luanda. Com ele, paga-se uma faxineira para os blocos e alguns secretários da associação. Também são promovidas atividades, como a semana de consciência negra. No dia das eleições para reitor, por exemplo, o bandejão (restaurante universitário) não funcionou e o churrasco para os moradores do Crusp foi pago com dinheiro da associação.
Quando entra algum aluguel, o dinheiro é depositado numa caixa de madeira, que tem uma abertura em cima que a assemelha a uma urna eleitoral. “O depósito pode ser feito por qualquer pessoa. Depois, o tesoureiro vai lá, abre a caixa e dá baixa no valor.” Segundo Luanda, a caixa sumiu por alguns dias do cofre. Por isso, diz, não é possível saber quanto havia nela. “Várias pessoas têm a chave do cofre. De qualquer maneira, eu fiz um boletim de ocorrência do furto da caixa.”
A Reitoria da USP informou que não interfere na gestão da associação de moradores do Crusp. Disse ainda que só poderá abrir uma sindicância interna se o caso for levado até a Ouvidoria da universidade, o que ainda não aconteceu.
G1
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