- Foi um acidente extremamente grave. Várias matrizes de espécies de peixe terão simplesmente que ser reintroduzidas no rio. Houve uma ruptura monstruosa na ictiofauna. Como a empresa não avisou imediatamente do acidente, alguns municípios chegaram a fazer captação de água contaminada para abastecimento, mas em valores abaixo do limite tolerado. Sorte.
Os técnicos do Inea ficaram surpresos com a pouca atenção que a imprensa deu ao caso. Pelo menos dois fatores contribuíram para o esvaziamento da pauta nas redações: 1) o fato de o endosulfan, pesticida altamente tóxico, não aparecer destacado na água do rio. Com isso, não foi possível visualizar a onda de contaminação. 2) o anúncio inicial de um pequeno vazamento, de apenas mil litros do veneno. Fica a lição para os jornalistas: a omissão da real dimensão do vazamento não é uma prática exclusiva da Servatis. Outras empresas já fizeram isso. E, provavelmente, outras farão.
O Inea considerou o caso Servatis mais grave que outros grandes acidentes da história. Nos anos 80, ocorreram dois grandes vazamentos de metal pesado na Paraibuna Metais, no Rio Paraibuna, afluente do Paraíba. Na mesma década, um vazamento de ascarel da Thyssen afundou ainda mais o rio. Em 2003, houve o caso Cataguazes, talvez a mais visível das tragédias da região. Uma onda negra de material tóxico desceu o Pomba, entrou no Paraíba e avançou pelo mar. Nos anos posteriores, segundo o Inea, ainda houve mais dois vazamentos, na Mineradora Rio Pomba.
Blog Verde
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