sábado, 30 de maio de 2009

Amor foi tema de mostra de grafites em Paris

Uma galeria do Grand Palais, em Paris, abrigou uma exposição com 300 obras de 150 grafiteiros de inúmeros países, incluindo o Brasil. Esta foi a primeira vez que uma exposição de grafites é realizada em um prestigioso museu da França.
A mostra TAG (grafite, em francês) exibiu os trabalhos que integram a coleção do arquiteto francês Alain-Dominique Gallizia. Durante três anos, ele pediu a grafiteiros do mundo todo para criar obras sobre o tema do amor, sempre em um mesmo formato: duas telas de 60 centímetros de altura por 1,80 metro de largura cada.
Na parte esquerda, o artista deveria assinar seu nome e, à direita, representar sua visão ilustrada do amor.

A coleção do arquiteto é considerada uma das mais excepcionais do mundo. Ela reúne os maiores nomes da arte do grafite, desde os fundadores do movimento, há 40 anos, em Nova York, a artistas contemporâneos de variados países como o Irã, China, Brasil, Islândia e do continente africano.
Alguns grafiteiros preferem ser chamados "writers" (escritores). "O grafite é uma arte efêmera. Quis fazer uma coletânea de obras e protegê-las do tempo", afirma o arquiteto.
Muitos artistas têm nomes insólitos, como Toxic, Crash, Psyckoze, Lady Pink, Popay, Ghost ou o paulistano Nunca.
Gesto de rebeldia
Os grafites foram expostos em uma galeria do Grand Palais que está atualmente em obras. Segundo os organizadores, o espaço é ideal para uma mostra desse tipo.

"Grafites em um monumento histórico? Os que pensam que a mistura entre a chamada arte selvagem, segundo alguns, e um símbolo do patrimônio francês não combinam desconhecem a história do Grand Palais, desde sua origem, em 1900, um templo de vanguarda", afirma o presidente do museu, Yves Saint-Geours.
A exposiçao TAG apresenta artistas emblemáticos do universo do grafite, a maioria americanos, hoje com 50 ou 60 anos de idade. Entre eles, Toxic, que foi amigo de Jean-Michel Basquiat (famoso grafiteiro nascido no Haiti que se tornou artista plástico com quadros cobiçados pleo mercado, e morto em 1988), o também americano Seen, pioneiro do movimento, além de Rammellzee.
Eles começaram entre os 11 e 16 anos de idade a assinar seus nomes nas paredes do metrô de Nova York, no início da década de 70.
A idéia era sair do anonimato e esquecer as condições de vida desfavoráveis em seus bairros. "Era um gesto de rebeldia", diz o historiador Henry Chalfant.
Hoje, obras de grafiteiros famosos podem custar 50 mil euros (R$ 150 mil). Criações mais recentes podem atingir entre 15 mil e 20 mil euros (entre R$ 45 e R$ 60 mil).
BBC Brasil

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