A mobilização em busca de crianças desaparecidas no Paraná terá mais um reforço a partir deste mês. A Concessionária Rodovia das Cataratas lança, no dia 8 de junho, em parceria com o Movimento Nacional em Defesa da Criança Desaparecida do Estado do Paraná (Cridespar), o Projeto Recibo Solidário, com o slogan “Este também é um recibo de esperança. Ajude a encontrar essas crianças”.
Entre os convidados para o lançamento - que acontece na Praça de Pedágio P3, em Cascavel (BR 277 – km 569 – saída para Curitiba), a partir das 9 horas -, o destaque é para a fundadora do Cridespar, deputada Arlete Caramês – que teve o filho Guilherme Tiburtius, desaparecido em 1991, em Curitiba -, e para a coordenadora do Cridespar, Marília Pombo Marchese. A adesão da Rodovia das Cataratas na campanha, segundo Marília, é de extrema importância porque, além de contribuir para a localização dos desaparecidos, vai ajudar a prevenir, contribuindo de maneira significativa para o desvendamento destes desaparecimentos. “São parcerias como esta que fazem a diferença no dia-a-dia do nosso trabalho”, explica.Além de apoio e solidariedade, a parceria quer também servir como alerta aos pais. “O fator principal em divulgar essas fotos é o caráter preventivo, para conscientizar a sociedade e os pais que o problema existe. Mesmo que a gente não encontre mais essas crianças, nós podemos, pelo menos, tentar evitar que outras desapareçam”, afirma Marília.No trecho da BR 277 - administrado pela Rodovia das Cataratas – a campanha vai consistir em duas linhas de atuação. A primeira é a impressão das fotos das crianças desaparecidas com informações complementares no verso dos comprovantes de pagamento da tarifa de pedágio, e a segunda é a confecção de folhetos com informações sobre as crianças desaparecidas e orientações aos pais que serão distribuídos nas praças de pedágio. “Além de apoio e solidariedade, a parceria quer também servir como alerta aos pais para que redobrem cuidados em relação ao acompanhamento e vigilância dos filhos”, complementa a assessora de Comunicação Social da Rodovia das Cataratas, Carla Dombeck Vieira. A assistente de operação da Concessionária, Fabiana Makiak, explica que a idéia é fazer um trabalho permanente de divulgação das crianças desaparecidas, unindo esforços a outros órgãos que já atuam na área, a exemplo do Cridespar. “Estaremos unidos nesta luta de divulgação do cadastro dos desaparecidos e esperamos que toda a comunidade se envolva no projeto e contribua, pois, em muitos casos, uma simples informação pode aliviar uma dor incessante que aflige muitos pais”.
DADOS
De acordo com as estatísticas do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), em 2005 foram registrados 112 casos de crianças menores de 12 anos desaparecidas, sendo 111 solucionados. O desaparecimento de crianças e jovens, de acordo com a deputada Arlete Caramês, se deve principalmente à fuga do lar, conflitos de guarda, rapto consensual, perda, abandono, acidentes, tráfico para exploração sexual, seqüestro, transferência irregular de guarda e fuga de abrigos.
O conselho é para que os pais mantenham-se atentos e não descuidem das crianças, procurando sempre manter um diálogo diário com os filhos, observando seu dia-a-dia, suas amizades e seu comportamento. “Ter um filho desaparecido é ter a vida suspensa", resume Arlete, lembrando que o movimento precisa de oportunidade e ajuda para divulgar as fotos das crianças desaparecidas, bem como para a divulgação do trabalho realizado ao longo destes anos e das medidas preventivas necessárias para evitar outros casos.
CASOS
De acordo com Marília, a maioria dos casos de desaparecimento nos dias de hoje tem solução. Segundo ela, a maior parte das crianças foge de casa ou é levada por pessoas, na promessa de trabalho. "Desta forma elas acabam envolvidas com prostituição, pedofilia, tráfico de drogas", afirmou Marília. Os casos de seqüestro de crianças e venda no exterior comum nos anos 80 no Paraná, já não ocorrem mais.
Dos 29 casos não solucionados, Marília afirma que pelo menos quatro estão em fase de conclusão e as crianças logo serão localizadas. Porém, as demais, continuam desaparecidas há anos, fato que aumenta a dor da família, "Sempre existe aquela esperança de encontrar". Por isso toda pista e informação são válidas", disse.
MOVIMENTO
O Cridespar foi fundado em 1991 por Arlete Caramês, depois do desaparecimento de seu filho Guilherme Caramês Tiburtius, na época com 8 anos. Entre as ações do Cridespar destacam-se a divulgação de fotos dos desaparecidos através da imprensa, a inserção de fotos nos sites www.cridespar.org.br - www.desaparecidos.mj.gov.br, a organização de eventos como a semana de prevenção, a elaboração e distribuição de boletim informativo, além de palestras em escolas, associações, faculdades e entidades que atuam na área da criança.
Site Cridespar http://www.cridespar.org.br/ E-mail: cridespar@terra.com.br
Rodovia das Cataratas
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