sexta-feira, 29 de maio de 2009

SP: Bebês são contaminados em UTI

Surto de infecções por vírus no Hospital da Mulher da Unicamp leva à suspensão dos partos
O Hospital da Mulher da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), referência no País, suspendeu ontem (28) todos os partos em razão de um surto de infecções por um vírus respiratório na UTI neonatal. Um bebê de aproximadamente dois meses morreu e outros 14 recém-nascidos permanecem internados e isolados, dois em estado grave, contaminados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Segundo a unidade, que realiza 300 partos mensais, a morte do bebê não tem relação direta com o surto, e sim com outros problemas de saúde. As internações de bebês na UTI de 30 leitos semi-intensivos estavam suspensas desde o dia 21, quando foi diagnosticado o terceiro caso da doença, configurando-se assim o quadro de surto. Tanto as crianças contaminadas quanto os outros recém-nascidos, que não foram infectados, recebem tratamento com anticorpo chamado monoclonal. De acordo com a diretora associada do hospital, Ângela Maria Bacha, nas crianças em que o vírus foi detectado, o objetivo é reduzir a gravidade e a duração da doença. E naquelas não contaminadas, a intenção é melhorar a imunidade e diminuir a possibilidade de contaminação. “O vírus entrou na UTI neonatal por meio de crianças internadas. Provavelmente elas tiveram contato com o vírus lá fora", afirma. O VSR foi descrito em 1956 e é considerado o principal causador de doenças do trato respiratório inferior em pessoas com menos de um ano. Conforme a virologista Marilda Siqueira, do Laboratório de Vírus Respiratórios da Fundação Oswaldo Cruz, estudos mostram que até 60% das crianças de até dois anos de idade se infectam pelo menos duas vezes com o vírus, porque no Hemisfério Sul ele circula a partir do fim do outono e no inverno. "Como é de transmissão respiratória, é muito fácil de pegar. Se uma criança doente é colocada em uma enfermaria, não é difícil que outras se contaminem por secreções no ar, pelas mãos dos profissionais que não fazem a higiene necessária e até pelos pais que visitam esses locais”, explica.

[O Estado de S. Paulo (SP), Tatiana Favaro e Fabiane Leite – 29/05/2009]

Fonte: ANDI

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