sexta-feira, 29 de maio de 2009

Desigualdade social é uma das maiores da América Latina


Londres, 28 mai (EFE).- O Brasil mantém "grandes diferenças" na aplicação dos direitos humanos, e, apesar de reduzir "levemente" a pobreza, a desigualdade social no país é uma das maiores da América Latina, afirma a ONG Anistia Internacional (AI) em seu novo relatório anual sobre direitos humanos.
As iniciativas sociais e os projetos de desenvolvimento contribuíram para reduzir ligeiramente as desigualdades socioeconômicas no Brasil, completa o relatório referente a 2008 da organização de defesa dos direitos humanos com sede em Londres.
A AI menciona que as violações dos direitos de milhões de brasileiros que vivem na pobreza seguem sem ser abordadas em grande medida.
O relatório afirma ainda que a população carece de alguns serviços, está sujeita a um alto grau de violência por parte de grupos criminosos e sofre com a sistemática violação de seus direitos pela Polícia.
A ONG assinala que as comunidades urbanas marginalizadas sofrem as consequências de uma proteção social inadequada, de políticas de desenvolvimento urbano discriminatórias e de uma ausência de medidas na área de segurança publica.
O fato, acrescenta a AI, supõe que muitos habitantes das grandes cidades vivam confinados em favelas ou submoradias e estejam submetidos tanto à violência de criminosos como a abusos policiais.
Nas zonas rurais brasileiras, sem-terra e indígenas são ameaçados com violência e desalojamentos forçados, segundo a Anistia Internacional.
A expansão agroindustrial e projetos de desenvolvimento reforçam a pobreza e a discriminação sofrida já ao longo de décadas pelas comunidade rurais, completa a organização defensora dos direitos humanos.
Essa população, segundo a AI, vê inacessíveis seus direitos humanos e constitucionais pela falta de acesso à justiça e aos serviços sociais ou pelos atos de violência e intimidação perpetrados por empresas de segurança privada de personalidade / caráter irregular que defendem poderosos interesses econômicos.
Acrescenta que muitos dos defensores dos direitos dessas comunidades marginadas, como advogados, sindicalistas e ativistas, foram ++criminalizados++ pelas autoridades e ameaçados por aqueles cujos interesses / juros põem em perigo.
O sistema de justiça penal brasileiro se segue caracterizando pela "negligência, a discriminação e a corrupção", destaca a ONG, que menciona um ligeiro descenso do índice de homicídios em geral.

Fonte: Agência EFE

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