Procuradoria aguarda resultados de exames médicos para concluir o inquérito. Enquanto isso, políticos defendem a expulsão antecipada da jovem.
Desaparecida do noticiário há vários meses, Paula Oliveira volta às notícias através de uma reportagem transmitida pela TeleZüri. Segundo o canal televisivo de Zurique, a brasileira estaria internada na Clínica Psiquiátrica da Universidade de Zurique desde 10 de março.
Desaparecida do noticiário há vários meses, Paula Oliveira volta às notícias através de uma reportagem transmitida pela TeleZüri. Segundo o canal televisivo de Zurique, a brasileira estaria internada na Clínica Psiquiátrica da Universidade de Zurique desde 10 de março.
O porta-voz da Procuradoria do Cantão de Zurique confirmou a informação, mas ressaltou que internação não foi feita por ordem judicial, mas sim teria partido de uma decisão de médicos e da própria família. "Sim, é verdade, mas ela pode sair do hospital quando quiser e continua em contato com as autoridades", acrescentou Rainer Angst.
Ele ainda explicou que o inquérito continua em andamento, mas faltam poucos elementos. "Estamos aguardando os resultados dos exames psicotécnicos, o que pode levar ainda algumas semanas ou meses", explicou, lembrando também que o passaporte de Paula O. continua retido pelas autoridades.
Em entrevista dada à TeleZüri, o advogado de defesa da brasileira falou sobre seu atual estado psicológico. "Minha cliente ainda está seriamente abalada por toda essa história. Seu estado é estável e ela se recupera atualmente", declarou Roger Müller. Ele também revelou que a brasileira não está sozinha. "Sua mãe está todo tempo ao seu lado. Isso faz bem para ela (Paula) e contribui, seguramente, à sua recuperação". Segundo o advogado, a mãe paga do seu bolso a estadia na Suíça.
Os repórteres ainda descobriram que o visto da mãe de Paula O. já teria estaria expirado, e que ela pede atualmente uma prolongação extraordinária, prevista também em lei.
Ao saber que Paula O. está internada em uma clínica psiquiátrica, políticos da União Democrática do Centro (UDC), partido cujas iniciais haviam sido cortadas no corpo de Paula O. por ela própria, criticaram a possibilidade da brasileira ser absolvida por questões médicas. "Se de fato ela está na Clínica Psiquiátrica da Universidade de Zurique, a sentença será provavelmente de que ela não estava em pleno gozo das suas faculdades mentais, o que significa que não será penalizada. Então não entendo por que a Paula O. não foi expulsa há mais tempo, o que teria economizado bastante dinheiro dos contribuintes", declarou Alfred Herr, presidente da secção zuriquense da UDC e também deputado federal. Outros parlamentarem refutam uma expulsão prematura. "O desenrolar do inquérito deve corresponder às leis vigentes, afinal não vivemos em uma república de bananas", afirmou Daniel Jositsch, deputado federal do Partido Social Democrata. Paula O. procurou a polícia em 9 de fevereiro para dizer que havia sido atacada por três neonazistas na estação de trem de Stettbach, no subúrbio norte de Zurique. Em conseqüência das agressões, ela teria perdido gêmeos no terceiro mês de gestação.¶ O caso teve uma forte repercussão na imprensa dos dois países e chegou a gerar reações enérgicas do governo brasileiro. Em 13 de fevereiro, o diretor do Instituto de Medicina Forense da Universidade de Zurique, Walter Bär, afirmou que, a partir de exames de legistas e ginecologistas, brasileira não estava grávida no momento da ocorrência e que ela mesma feito os ferimentos em seu corpo. Pouco depois, a brasileira teria confessado a simulação.
Fotos: Clínica Psiquiátrica da Universidade de Zurique. (Wikipédia) e imagem da mãe de Paula O. na TeleZüri.
Alexander Khoele
Do Topo dos Alpes
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