Uma proposta feita pelo auditor tributário Paulo Ernani Bergamo dos Santos, que reside em Mogi das Cruzes, poderá ser uma importante ferramenta para prevenir e combater a violência contra a criança e o adolescente, praticada dentro de casa, em larga escala, e que tem chamado a atenção principalmente pela exposição de casos envolvendo menores, como o assassinato da pequena Isabela Nardoni, ocorrido ano passado, em Guarulhos. A ideia é possibilitar, por meio da informatização dos sistemas de dados das redes hospitalar e ambulatorial, o cruzamento dos registros sobre os atendimentos feitos a crianças para se detectar indícios de abuso infantil.
Na prática, a integração dessas informações realizadas em unidades médicas, quer sejam hospitais, clínicas ou unidades básicas de Saúde, seria uma importante forma de combate à violência, já que reuniria um amplo histórico da assistência dada a todas as crianças e, com isso, tornaria possível descobrir, por exemplo, se o mesmo menor já teria sido atendido por causa semelhante algum tempo atrás. No estudo feito por Santos para chegar à proposta, ele constatou que mães e/ou adultos responsáveis pelas vítimas, ao buscar a assistência, trocam frequentemente de unidades médicas, justamente para esconder a agressão física praticada contra a criança, por vezes relatada ao médico como sendo uma simples queda em casa ou de dentro do berço.
A sugestão do advogado formado em Mogi das Cruzes será apresentada amanhã no seminário Violência contra crianças – a sociedade pode acabar com isso, que acontecerá na Câmara Municipal de São Paulo, às 9 horas, não à toa, no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Paulo Santos apresentará a proposta durante o evento que terá a participação de um outro importante estudioso do tema: o médico Wilmes Roberto Gonçalves Teixeira, especialista na Síndrome do Bebê Espancado. De acordo com Wilmes Teixeira, os números são alarmantes. No Brasil, estima-se que a quantidade de crianças de até quatro anos espancadas anualmente chega a 40 mil, dentro de um universo de 400 a um milhão de menores nessa faixa etária.
A divulgação desses estudos e dos casos de violência envolvendo crianças e adolescentes demonstram a importância do modelo proposto por Paulo Santos. "O cruzamento desses dados é extremamente relevante não apenas para termos informações mais precisas sobre a incidência dessas ocorrências mas, principalmente, para impedirmos que essas crianças venham a óbito, tendo em vista que a criança não é agredida uma única vez pelos pais ou responsáveis, mas repetidamente. Se atuarmos na detecção e prevenção desses casos durante o atendimento hospitalar, estaremos evitando que esta criança, hoje machucada, não esteja morta amanhã em razão da falta de ação do Estado e da sociedade ", defende ele.
Santos convidou os prefeitos da Região, inclusive o de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertiaiolli, para a apresentação da proposta. "A implantação do sistema em uma cidade como Mogi das Cruzes seria um importante avanço na luta pela preservação da vida e da saúde das crianças", observa o autor do projeto.
POR ELIANE JOSÉ para O Diário On Line
Na prática, a integração dessas informações realizadas em unidades médicas, quer sejam hospitais, clínicas ou unidades básicas de Saúde, seria uma importante forma de combate à violência, já que reuniria um amplo histórico da assistência dada a todas as crianças e, com isso, tornaria possível descobrir, por exemplo, se o mesmo menor já teria sido atendido por causa semelhante algum tempo atrás. No estudo feito por Santos para chegar à proposta, ele constatou que mães e/ou adultos responsáveis pelas vítimas, ao buscar a assistência, trocam frequentemente de unidades médicas, justamente para esconder a agressão física praticada contra a criança, por vezes relatada ao médico como sendo uma simples queda em casa ou de dentro do berço.
A sugestão do advogado formado em Mogi das Cruzes será apresentada amanhã no seminário Violência contra crianças – a sociedade pode acabar com isso, que acontecerá na Câmara Municipal de São Paulo, às 9 horas, não à toa, no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Paulo Santos apresentará a proposta durante o evento que terá a participação de um outro importante estudioso do tema: o médico Wilmes Roberto Gonçalves Teixeira, especialista na Síndrome do Bebê Espancado. De acordo com Wilmes Teixeira, os números são alarmantes. No Brasil, estima-se que a quantidade de crianças de até quatro anos espancadas anualmente chega a 40 mil, dentro de um universo de 400 a um milhão de menores nessa faixa etária.
A divulgação desses estudos e dos casos de violência envolvendo crianças e adolescentes demonstram a importância do modelo proposto por Paulo Santos. "O cruzamento desses dados é extremamente relevante não apenas para termos informações mais precisas sobre a incidência dessas ocorrências mas, principalmente, para impedirmos que essas crianças venham a óbito, tendo em vista que a criança não é agredida uma única vez pelos pais ou responsáveis, mas repetidamente. Se atuarmos na detecção e prevenção desses casos durante o atendimento hospitalar, estaremos evitando que esta criança, hoje machucada, não esteja morta amanhã em razão da falta de ação do Estado e da sociedade ", defende ele.
Santos convidou os prefeitos da Região, inclusive o de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertiaiolli, para a apresentação da proposta. "A implantação do sistema em uma cidade como Mogi das Cruzes seria um importante avanço na luta pela preservação da vida e da saúde das crianças", observa o autor do projeto.
POR ELIANE JOSÉ para O Diário On Line
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