Entre as principais recomendações do último consenso, que envolveu especialistas de todo o mundo, estão aumentar a ingestão de frutas, verduras e legumes, reduzir o consumo de carne vermelha, embutidos e produtos industrializados.
- Quem quer prevenir o câncer deve mudar a alimentação. Muito do que comemos no dia-a-dia contribui para o aparecimento de tumores - explica o nutricionista Fábio Gomes, analista sênior de Programas Nacionais para Controle do Câncer do Instituto Nacional do Câncer, que apresentou dados do painel num simpósio da Sociedade Americana do Câncer, em São Paulo.
A nova recomendação é que a ingestão de carne vermelha seja reduzida para 500 gramas por semana, cerca de três bifes pequenos, e que os embutidos sejam, se possível, riscados do cardápio:
- Embutidos como presunto, salame e salsicha contêm nitratos e nitritos, conservantes que estimulam lesões nas células, que ficam mais suscetíveis a mutações que geram tumores. E são ricos em sal, que agride o aparelho digestivo. Nem mesmo a linha light escapa, já que mesmo embutidos pobres em gordura têm muito conservantes e sal.
Já as outras carnes, como a carne vermelha magra, o frango e o peixe, devem ser cozidas ou preparadas no forno. Desta forma, evita-se que as altas temperaturas da fritura ou da grelha formem compostos cancerígenos conhecidos como aminas heterocíclicas (AHCs). Estas agridem a mucosa digestiva e deixam as células mais suscetíveis a mutações. Os nutricionistas recomendam ainda apenas as carnes preparadas no forno, que têm um nível bem baixo de AHCs.
No relatório, médicos e nutricionistas recomendam aumentar a ingestão de frutas e verduras. No Brasil, menos de um terço da população come estes alimentos diariamente. No Rio de Janeiro, apenas 7% da população consome com regularidade cinco porções de frutas e legumes, a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É importante comer, no mínimo, 400 gramas destes alimentos por dia, e aos poucos chegar a 600 gramas. Parece muito, mas é o equivalente a um copo de salada de frutas, uma maçã, uma banana e meio prato grande de salada por dia.
Açúcar e adoçantes entre os vilões
A alimentação não anula efeitos de hábitos ruins, como sedentarismo, fumo ou excesso de bebida. Mas ajuda a proteger o sistema imunológico, regular o metabolismo e garantir a cota diária de nutrientes e minerais. E a escolha certa do cardápio evita o ganho de peso. Nos adultos, os quilos a mais dobram o risco de todos os cânceres. Por exemplo, crianças e adolescentes obesos têm mais chance de desenvolver tumores porque suas células ficam mais sujeitas a lesões.
As células de gordura param de se multiplicar na adolescência e, a partir daí, elas incham e desincham de acordo com o quanto a pessoa engorda ou emagrece. A gordura em excesso estimula o desequilíbrio na produção de hormônios, como insulina e leptina.
A gordura também deixa o corpo num estado de inflamação crônica, o que agride as células. O ideal, médicos lembram, é ter índice de massa corporal (IMC) entre 20 e 24,9. E quem precisa emagrecer deve começar devagar, já que o corpo percebe o corte drástico de calorias como alerta, e a privação estimula o efeito sanfona. Estatísticas mostram que o excesso de peso e o sedentarismo são responsáveis por até 33% dos casos de câncer de mama e esôfago:
- Quanto mais tempo acima do peso, mais difícil emagrecer. Uma criança de 3 anos obesa tem chance de 20% de se tornar um adulto obeso. Um obeso de 18 anos tem 80% de chance de continuar assim.
Quando ao álcool, o Inca segue a recomendação internacional, que é a de no máximo um drinque (uma lata de cerveja ou uma taça pequena de vinho) por dia para mulheres e dois drinques para homens.
O álcool irrita e agride as mucosas e aumenta a chance de câncer de boca, faringe, esôfago e estômago. A bebida também deixa a barreira celular mais permeável, o que facilita a entrada de substâncias cancerígenas. Por exemplo, quem está bebendo com fumantes receberá quantidade maior de cancerígenos do que se não estivesse bebendo.
Beber e comer um churrasco também é pior do que só fazer um ou outro, pois o álcool amplia os malefícios da carne. E a ideia de economizar a cota de drinques da semana para consumi-la num dia de festa é perigosa. Isso só piora a agressão.
Os especialistas incentivam a redução do consumo de produtos açucarados. São poucos os estudos que ligam diretamente o açúcar ao câncer, porém ele favorece à obesidade. Adoçantes não são boas opções. Estudos associam o excesso desse produto ao mal de Alzheimer. É melhor treinar o paladar para sentir o gosto natural dos alimentos.
As células de gordura param de se multiplicar na adolescência e, a partir daí, elas incham e desincham de acordo com o quanto a pessoa engorda ou emagrece. A gordura em excesso estimula o desequilíbrio na produção de hormônios, como insulina e leptina.
A gordura também deixa o corpo num estado de inflamação crônica, o que agride as células. O ideal, médicos lembram, é ter índice de massa corporal (IMC) entre 20 e 24,9. E quem precisa emagrecer deve começar devagar, já que o corpo percebe o corte drástico de calorias como alerta, e a privação estimula o efeito sanfona. Estatísticas mostram que o excesso de peso e o sedentarismo são responsáveis por até 33% dos casos de câncer de mama e esôfago:
- Quanto mais tempo acima do peso, mais difícil emagrecer. Uma criança de 3 anos obesa tem chance de 20% de se tornar um adulto obeso. Um obeso de 18 anos tem 80% de chance de continuar assim.
Quando ao álcool, o Inca segue a recomendação internacional, que é a de no máximo um drinque (uma lata de cerveja ou uma taça pequena de vinho) por dia para mulheres e dois drinques para homens.
O álcool irrita e agride as mucosas e aumenta a chance de câncer de boca, faringe, esôfago e estômago. A bebida também deixa a barreira celular mais permeável, o que facilita a entrada de substâncias cancerígenas. Por exemplo, quem está bebendo com fumantes receberá quantidade maior de cancerígenos do que se não estivesse bebendo.
Beber e comer um churrasco também é pior do que só fazer um ou outro, pois o álcool amplia os malefícios da carne. E a ideia de economizar a cota de drinques da semana para consumi-la num dia de festa é perigosa. Isso só piora a agressão.
Os especialistas incentivam a redução do consumo de produtos açucarados. São poucos os estudos que ligam diretamente o açúcar ao câncer, porém ele favorece à obesidade. Adoçantes não são boas opções. Estudos associam o excesso desse produto ao mal de Alzheimer. É melhor treinar o paladar para sentir o gosto natural dos alimentos.
Maria Vianna*
* A repórter viajou a convite da Sociedade Americana do Câncer
O Globo On Line
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