domingo, 17 de maio de 2009

Livro sobre o trabalho do fotógrafo Augusto Malta mostra enchentes, ressacas, ambulantes e favelas no Rio do início do século passado

Ressaca na praia do Leme

RIO - Ao trocar uma bicicleta usada por uma máquina fotográfica, Augusto Malta não imaginava que ocuparia para sempre um lugar valioso na história do Rio. Fotógrafo oficial da prefeitura por 33 anos, o alagoano de Mata Grande é considerado o primeiro cronista visual da cidade. Registrou de tudo um pouco: alterações urbanísticas, momentos históricos, imagens cotidianas, paisagens deslumbrantes, cenas familiares e os mais variados tipos cariocas. O livro "Augusto Malta e o Rio de Janeiro - 1903-1936", de George Ermakoff, que será lançado amanhã, mostra que o fotógrafo conversava com o Rio através das imagens.

Ao longo de 288 páginas, além da viagem de volta ao início do século XX, é possível traçar um paralelo com aqueles dias e os de hoje. Entre as cerca de 300 fotos publicadas, chama atenção uma da Ipanema do começo do século passado. O bairro não era nada além de um grande areal, e Vinte de Novembro era o nome de sua principal rua, hoje Visconde de Pirajá. Mais do que mostrar as imagens registradas por Augusto Malta, as páginas traçam um detalhado perfil dele: ateu, exótico, elegante, galanteador. Segundo o livro, ele lançava moda. Usava óculos com aro de tartaruga - ainda uma novidade - comprados na Casa Madureira, na Rua Uruguaiana. Também exibia, com classe, um chapéu panamá e uma gravata de laço preta.
O livro pode ser comprado em livrarias ou pelo site http://www.ermakoff.com.br/.


O Globo On Line

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