Um levantamento recente realizado na cidade de São Paulo pelo sindicato dos diretores de escolas, indicou que 86% dos 683 estabelecimentos públicos e privados que responderam ao questionário tinha vivido casos de violência. A indisciplina os alunos abre as comportas da violência no ambiente escolar, que antes se caracterizava pelo respeito e compostura. As causas de a situação chegar a este ponto estão bem identificadas: a maioria dos pais, de todos os estratos, que se omite na educação dos filhos em casa, transfere para os professores a responsabilidade por inteiro, e sequer acompanha a vida escolar das suas crianças e adolescentes; e a mistura de democratismo e leniência que impregnou o sistema educacional, e considera “pedagogicamente incorreto” aplicar medidas disciplinares para “não ferir a auto-estima” dos alunos, entre outros argumentos pífios.
Essa “pedagogia de farmacinha”, ao destruir o clima de tranquilidade que é necessário ao bom aprendizado em sala de aula, também responde em alta dose pela desastrosa qualidade do ensino brasileiro. Está a caminho uma geração do não-saber, que sairá da escola com mais capacidade para usar a força bruta do que o intelecto, a ira do que a razão. Está na hora de rever o projeto pedagógico equivocado que está em vigor, de restabelecer a autoridade do professor e ampará-lo, de fixar condições e gradações às punições disciplinares aplicáveis, e criar procedimentos severos para acautelar e reprimir situações excepcionais, como agressões violentas e até uso de armas na escola.
Fonte: Diário Catarinense
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