segunda-feira, 25 de maio de 2009

São Paulo - Dia Nacional da Adoção

A opção dos pais por determinada cor, sexo ou idade define o tempo do processo de adoção

Nos abrigos de meninos e meninas de São José dos Campos, há 30 crianças de até 12 anos à espera de uma mudança na vida: voltar para casa ou encontrar uma nova casa. Quanto mais velho, maior a dificuldade de se sentir em casa. Aos 12 anos, Igor já passou por duas instituições para crianças sem lar e agora terá que ir para o abrigo municipal, onde vai dividir espaço com até 16 adolescentes. Já são sete anos de espera por uma família de verdade.

Já na casa dos bebês de São José dos Campos podem ficar no máximo 28 crianças de até 6 anos. Mas no momento apenas uma está disponível para adoção. A prioridade dos assistentes sociais é fazer de tudo para que as crianças voltem para suas famílias. Antes de encaminhar a criança para a adoção, os assistentes sociais tentam encontrar, pelo menos, algum parente mais próximo, o que nem sempre é possível.

As crianças têm diferentes histórias: pais envolvidos com drogas, abuso ou violência doméstica e negligência na criação. Casos como o do bebê abandonado pela mãe, em abril desse ano, na porta de um apartamento no Conjunto Integração, na zona leste de São José dos Campos, e que foi adotado pela 27ª família que aguardava na fila.

Se adotar é um ato de coragem, levar para casa e criar um ser humano com deficiências múltiplas parece exigir ainda mais determinação. No Lar Salete, também em São José, há 19 crianças e adolescentes nessas condições. Todos recebem tratamento médico, atenção, cuidado, mas falta o mais importante: uma casa.

Uma família da cidade foi muito além. Em 17 anos do Lar Salete, o casal foi o primeiro e o único a adotar uma criança de 4 anos com deficiência. O menino sofreu maus tratos quando bebê e teve traumatismo craniano. Mas a nova família pensa apenas em saúde e em um futuro de felicidade.

Solidariedade, carinho, compaixão e amor são sentimentos quase obrigatórios para quem sonha com a adoção. Mas as famílias precisam lembrar sempre que adotar é um gesto de responsabilidade. É uma decisão para a vida inteira.

Como é feita a adoção?
A Vara da Infância e Juventude é o endereço a ser visitado por quem quer adotar uma criança. É preciso procurar o plantão social com os documentos pessoais, comprovantes de residência e rendimentos, atestado de sanidade física e mental, certidão de antecedentes criminais, além de fotos do casal e da casa.

É preciso também assinar um pedido de inclusão no cadastro e abrir um processo de habilitação. Os assistentes sociais conversam com os pais, fazem uma avaliação psicológica e anotam o perfil da criança desejada. Os pais podem apontar restrições e escolher, por exemplo, a idade, a cor e o sexo. Pedidos que, em muitos casos, tornam o processo de adoção mais lento.

O que pode facilitar o processo de adoção é o cadastro nacional, que reúne todos os candidatos a pais do país. Caso a criança não consiga ser adotada na sua região, a busca por uma família adotiva é ampliada.



VNews

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