- Ele não merece ficar solto, não merece que outras pessoas passem pelo que eu estou passando. Eu acho que isso não é um rapaz, é um monstro. Não é um ser humano - afirmou a mãe.
O adolescente já havia cometido outro crime em Rio Claro, mas havia sido solto pela Justiça. Nesta segunda, o adolescente será ouvido pelo promotor da Vara da Infância e Juventude Roberto Pinto dos Santos. A mãe dele também deve prestar depoimento.
A menina morreu na quinta-feira , dois dias depois do crime, e foi enterrada na sexta. Neste domingo, a mãe de Gabriela falou pela primeira vez ao "Fantástico". Disse que agradece a Deus por ele ter deixado que ela convivesse com Gabriela por oito anos.
- Ela não conseguia ver ninguém triste. Era muito feliz, muito amada, muito querida, bem-humorada, sensível, tudo - afirmou a mãe.
Os pais de Gabriela têm outra filha, que é gêmea da Gabriela. Perguntada sobre como vai ser a vida da família de agora, a mãe disse que a preocupação é com ela.
- A minha preocupação é com a minha filha, que é uma criança tão alegre quanto [a Gabriela]. Vou ter de me dedicar muito a minha filha. Ela está bem. Criança é muito mais leve, não tem esse peso que a gente tem - comentou a mãe.
A mãe da menina conta que, neste momento, a solidariedade de parentes e amigos tem sido fundamental para suportar uma perda tão grande.
- Eu sempre brincava com ela, que ela era um presente que Papai do Céu me deu. Mas eu não imaginava que esse presente ia durar tão pouco tempo - lamentou.
Ao "Fantástico", a mãe de Gabriela afirmou que doou os órgãos da menina (coração, fígado, rins, pâncreas, pulmões e córneas) porque esta seria uma decisão dela. Também contou que havia visto reportagens sobre a necessidade de doações.
- Eu tinha visto essas reportagens do "Fantástico", eu vi quantas mães estavam sofrendo. Muitos amigos queridos conversaram comigo e eu decidi tomar essa decisão. Tenho certeza de que, se ela tivesse viva, se ela pudesse tomar essa decisão, a decisão dela seria essa. Ela doaria - afirmou a mãe.
O fígado da menina foi transplantado em um garoto chamado Ricardo, de 6 anos. Segundo os médicos, ele passa bem e já quer até mesmo se alimentar.
O comparsa do adolescente continua solto. A dupla pulou o muro do condomínio, invadiu a casa e dominou Gabriela, a irmã gêmea e a babá. Os pais das meninas não estavam no condomínio. Durante o assalto, o alarme disparou e o adolescente deu um tiro na cabeça de Gabriela. Os ladrões fugiram em um carro roubado do lado de fora do condomínio, levando jóias e dinheiro. A cerca elétrica estava desligada e as câmeras não gravaram o que leva a polícia a suspeitar que os dois possam ter recebido ajuda para entrar na casa.
O Globo On Line
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