Um crime que choca a população, mas que cada vez mais aumenta os números e preocupa as autoridades é a pedofilia. Só em Mato Grosso, no ano passado, registrou-se mais de um caso por dia. Ainda assim, o Código Penal, ultrapassado, não prevê este tipo de crime e pedófilos são colocados às ruas para atacar novamente crianças inocentes.
Um caso que chocou o país foi o do garoto Kaytto Brito de apenas 10 anos. Ele foi violentado e assassinado por Edson Alves Delfino, que confessou o crime. O acusado havia sido colocado em liberdade no regime semi-aberto após cumprir pena por cometer crime semelhante em Primavera do Leste.
O caso revelou não só a falha na lei, que permite que pessoas como ele voltem ao convívio com a sociedade, como a falha no sistema, pois em regime semi-aberto o condenado precisa se apresentar toda noite à polícia, porém fazia um mês que Edson Alves não dava notícia.
O senador Magno Malta, presidente da CPI da Pedofilia e que esteve em Cuiabá participando de uma audiência pública para debater o assunto, expôs casos identificados durante o trabalho da Comissão que deixaram a platéia horrorizada. Vídeos de pedófilos sendo comercializados na internet por até U$ 6 mil com cenas como a de um homem de 70 anos violentando um garoto de apenas 3 anos, entre muitos outros. Além de fotos de crianças que também são vendidas no mundo cibernético por U$ 2 mil.
Para o procurador da Infância e Juventude do Ministério Público Estadual, Paulo Prado, o maior problema é que crimes como esses dificilmente vêm a tona antes de algo pior acontecer, porque ficam “entre quatro paredes”. Isso se deve pelo fato do agressor geralmente ser muito próximo à família, além de muitas vezes ser a pessoa responsável pelo sustento da família. “A pressão é psicológica, financeira e física, além do que existe o silêncio por parte da vítima. Então, é muito difícil trabalhar essa situação”, afirmou.
Paulo Prado defende, então, que se valorize as escolas, para que tenham profissionais de psicologia, por exemplo, que possam detectar esse tipo de problema. “Temos que ter profissionais que trabalhem com a educação sexual também nas escolas”, destacou.
Sendo assim, as prioridades para a Procuradoria serão fortalecer os conselhos tutelares, conselhos de direito e sentar com a sociedade para discutir o fortalecimento da relação família/escola, para intensificar a participação dos pais com a vida escolar do filho.
Só que não se pode falar em pedofilia pensando apenas nos casos que ocorrem dentro de casa. A pedofilia está nas ruas, com a prostituição de menores, o que também preocupa o procurador Paulo Prado.
“Para mim um dos principais problemas, neste aspecto, são as drogas e a prostituição, que afetam nossa juventude de forma generalizada em todo o Estado. Infelizmente, a droga está associada à prostituição. Muitas vezes, a criança vende o seu corpo por migalhas. Isso é uma agressão à dignidade da pessoa humana”, declarou. No entanto, Prado afirma que combater o tráfico de drogas é um desafio não só de Mato Groso, mas do Estado brasileiro.
Por: Alline Marques
Fonte: Olhar Direto - MT
Um caso que chocou o país foi o do garoto Kaytto Brito de apenas 10 anos. Ele foi violentado e assassinado por Edson Alves Delfino, que confessou o crime. O acusado havia sido colocado em liberdade no regime semi-aberto após cumprir pena por cometer crime semelhante em Primavera do Leste.
O caso revelou não só a falha na lei, que permite que pessoas como ele voltem ao convívio com a sociedade, como a falha no sistema, pois em regime semi-aberto o condenado precisa se apresentar toda noite à polícia, porém fazia um mês que Edson Alves não dava notícia.
O senador Magno Malta, presidente da CPI da Pedofilia e que esteve em Cuiabá participando de uma audiência pública para debater o assunto, expôs casos identificados durante o trabalho da Comissão que deixaram a platéia horrorizada. Vídeos de pedófilos sendo comercializados na internet por até U$ 6 mil com cenas como a de um homem de 70 anos violentando um garoto de apenas 3 anos, entre muitos outros. Além de fotos de crianças que também são vendidas no mundo cibernético por U$ 2 mil.
Para o procurador da Infância e Juventude do Ministério Público Estadual, Paulo Prado, o maior problema é que crimes como esses dificilmente vêm a tona antes de algo pior acontecer, porque ficam “entre quatro paredes”. Isso se deve pelo fato do agressor geralmente ser muito próximo à família, além de muitas vezes ser a pessoa responsável pelo sustento da família. “A pressão é psicológica, financeira e física, além do que existe o silêncio por parte da vítima. Então, é muito difícil trabalhar essa situação”, afirmou.
Paulo Prado defende, então, que se valorize as escolas, para que tenham profissionais de psicologia, por exemplo, que possam detectar esse tipo de problema. “Temos que ter profissionais que trabalhem com a educação sexual também nas escolas”, destacou.
Sendo assim, as prioridades para a Procuradoria serão fortalecer os conselhos tutelares, conselhos de direito e sentar com a sociedade para discutir o fortalecimento da relação família/escola, para intensificar a participação dos pais com a vida escolar do filho.
Só que não se pode falar em pedofilia pensando apenas nos casos que ocorrem dentro de casa. A pedofilia está nas ruas, com a prostituição de menores, o que também preocupa o procurador Paulo Prado.
“Para mim um dos principais problemas, neste aspecto, são as drogas e a prostituição, que afetam nossa juventude de forma generalizada em todo o Estado. Infelizmente, a droga está associada à prostituição. Muitas vezes, a criança vende o seu corpo por migalhas. Isso é uma agressão à dignidade da pessoa humana”, declarou. No entanto, Prado afirma que combater o tráfico de drogas é um desafio não só de Mato Groso, mas do Estado brasileiro.
Por: Alline Marques
Fonte: Olhar Direto - MT
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