Ao todo, 15 defensores vão examinar as folhas de antecedentes de 1.400 presos, paralelamente aos cerca de 3.500 atendimentos mensais que realizam. Eles são os únicos profissionais da área criminal na capital.
"Este é o segundo mutirão que fazemos em três meses. No primeiro, no Centro Hospitalar Penitenciário, todos os 250 internos tinham direito a algum benefício", diz Franciane.
Os defensores encontraram vários presos doentes, em condições de obter indulto, mas, segundo Franciane, ainda há muita resistência no Judiciário em libertá-los, por medo de reincidência. "Se o juiz tivesse o bom senso de sair do processo e olhar a situação deles, com certeza o julgamento seria outro."
A defensora Renata Tibiriçá afirma que nas cadeias há muitas pessoas presas irregularmente por falta de defensor para acompanhar caso a caso. "Embora a Constituição garanta o princípio da presunção de inocência, o que vigora é justamente o contrário", observa.
O advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, afirma que a população carcerária não pode viver de mutirão, porque o acesso à Justiça têm que ser diário. "Nossa legislação é extremamente avançada, mas se torna letra morta porque não é colocada em prática, uma vez que a população não tem como chegar até ela. É preciso haver programas permanentes", diz.
O Globo On Line
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