terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Doze bebês passam mal após teste do olhinho



Doze bebês com menos de dois meses de idade passaram mal depois da aplicação de um colírio para o Teste do Olhinho, na manhã desta segunda-feira (25), no Hospital das Clínicas, em Vitória.

Ainda não se sabe o que provocou a reação. Eles foram transferidos para outros hospitais que possuíam UTI infantil. Até às 19 horas desta segunda, três bebês permaneciam internados no Hospital Infantil, em Vitória, sendo que um deles em estado grave. Os outros dois estavam estáveis.
Outros três estavam internados no Hospital Infantil de Vila Velha (Himaba), também estáveis. As outras seis crianças foram transferidas para hospitais particulares e não há informações sobre o estado de saúde delas.
O diretor do Hospital das Clínicas, Emílio Mameri, disse que as crianças receberam os primeiros atendimentos lá mesmo e depois foram transferidos para hospitais que possuem UTI infantil. Ele afirmou também que os frascos utilizados foram recolhidos e encaminhados para análise. Segundo ele, o remédio é o mesmo utilizado há nove anos para o exame. O lote foi separado para estudo, para checar se a concentração está mais forte ou o que realmente provocou a reação nas crianças.
O Hospital das Clínicas é o único que realiza o Teste do Olhinho no Estado, pela rede pública de saúde. Em média, são feitos 50 atendimentos por dia.
Segundo a retinóloga do Departamento de Retina Pediátrica do Hospital das Clínicas, Danielle Boni Sessino, 20 bebês passaram pelo exame na manhã de ontem, sendo que 12 tiveram a reação e precisaram ser transferidos para a UTI, precisando de ajuda para respirar.
Ela afirma que, em nove anos, é a primeira vez que isso acontece. A suspeita é que o lote do medicamento - à base de tropicamida - esteja com uma dosagem maior.
As crianças ficaram com o corpo mole, tiveram falta de ar e queda na frequência cardíaca. Elas receberam socorro imediato. A diminuição de oxigênio no organismo pode ter sequelas, caso também tenha faltado oxigênio para o cérebro.
Não existe um antídoto. Só esperar a droga ser absorvida pelo organismo e monitorar a respiração e os batimentos cardíacos. Não há risco de problemas na visão. Ela reforça que, apesar desse problema, o exame é seguro e eficaz, além de obrigatório.

Teste é seguro
O presidente da Sociedade Capixaba de Oftalmologia, César Barbieri, afirma que o Teste do Olhinho é benéfico e seguro, por isso a população não deve se alarmar, nem deixar de fazer. "No Brasil, 30% dos casos de cegueira são de crianças. É uma porcentagem grande e esses casos podem ser evitados com diagnóstico e tratamento precoce, por meio do teste". Ele afirma que esse é um evento isolado e que será investigado.




Gazeta Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verbratec© Desktop.