Durante todo o desenrolar do caso Sean Goldman, um detalhe me chamou a atenção: ninguém, nenhum jornalista que participou das entrevistas dadas pela família brasileira do menino, questionou a razão pela qual a mãe trouxe o filho dos Estados Unidos dizendo que ia apenas passar férias no Brasil e nunca mais voltou, mantendo o menino consigo.
Acredito que o pai de Sean não maltratava o filho nem a mulher, caso contrário com certeza isso teria sido usado na batalha pela guarda do menino. Ela deve ter tido seus motivos, mas, quaisquer que tenham sido, não justificam a separação que impôs entre pai e filho. Por isso muito me espantou o clima criado em torno do caso, como se fosse uma questão de brasileiros contra americanos. Sinto muito pelos patriotas de plantão, mas era uma questão apenas de cumprimento da lei. Sem meias palavras, a mãe raptou o menino. Ao final, a lei prevaleceu, ainda bem, embora com muito atraso. A mãe manteve o menino ilegalmente no Brasil e, depois de sua morte, ele deveria ter ido imediatamente para a casa do pai, sem discussão.
Por que ninguém levantou essa questão? Acredito que ainda persiste uma visão de que a mãe é dona dos filhos e o pai é responsável apenas pelo sustento. Quando há uma separação, a tendência é as mães ficarem com as crianças, cobrarem a pensão dos pais - o que é justo e correto -, mas não facilitarem aos ex-maridos o exercício da paternidade. Vários não querem de fato exercer esse papel, mas os que querem muitas vezes não conseguem. As ex-mulheres falam mal dos pais para os filhos, atrapalham ou impedem as visitas, fazem chantagens emocionais.
Os filhos precisam tanto da mãe quanto do pai. Por isso sou contra mulheres que engravidam sem a concordância do parceiro e produções independentes. Não concordo com a visão de que os homens são meros doadores de espermatozóides ou fontes de renda. E quando o pai quer participar efetivamente da criação dos filhos, é preciso dar a ele esse espaço, mesmo que haja mágoas ou ressentimentos pela separação. Os filhos não podem ser os mais prejudicados numa situação criada pelos pais. Estes é que decidiram se casar, procriar e se separar. Por isso, aos pais cabe o ônus dessas escolhas, não às crianças. Uma pena que as pessoas não pensem nisso ao ter filhos.
No caso Sean Goldman, o pai tinha o direito de lutar pela guarda do menino. Tinha o direito de levar o menino para casa após a morte da mãe. Ele é o pai do menino - e não pai biológico como os jornais escreveram. É um pai que sempre quis exercer a sua paternidade. Entendo a dor da família dela, mas a mãe foi responsável pelo sofrimento que o menino passou durante todo o processo. Ela devia ter pensado em como tudo isso ia afetá-lo antes de tomar sua decisão. Se ela tivesse se separado e definido uma rotina de visitação com o ex-marido, o menino teria sido poupado. Nesse caso, o pai fez apenas o que devia fazer, lutar por seu filho.
Acho que vale a pena o alerta. Não se pode achar que as crianças pertencem a um dos lados. Da mesma forma como é preciso de pai e mãe para a concepção, ambos são necessários para sua criação - e têm direito a participar dela.
Acredito que o pai de Sean não maltratava o filho nem a mulher, caso contrário com certeza isso teria sido usado na batalha pela guarda do menino. Ela deve ter tido seus motivos, mas, quaisquer que tenham sido, não justificam a separação que impôs entre pai e filho. Por isso muito me espantou o clima criado em torno do caso, como se fosse uma questão de brasileiros contra americanos. Sinto muito pelos patriotas de plantão, mas era uma questão apenas de cumprimento da lei. Sem meias palavras, a mãe raptou o menino. Ao final, a lei prevaleceu, ainda bem, embora com muito atraso. A mãe manteve o menino ilegalmente no Brasil e, depois de sua morte, ele deveria ter ido imediatamente para a casa do pai, sem discussão.
Por que ninguém levantou essa questão? Acredito que ainda persiste uma visão de que a mãe é dona dos filhos e o pai é responsável apenas pelo sustento. Quando há uma separação, a tendência é as mães ficarem com as crianças, cobrarem a pensão dos pais - o que é justo e correto -, mas não facilitarem aos ex-maridos o exercício da paternidade. Vários não querem de fato exercer esse papel, mas os que querem muitas vezes não conseguem. As ex-mulheres falam mal dos pais para os filhos, atrapalham ou impedem as visitas, fazem chantagens emocionais.
Os filhos precisam tanto da mãe quanto do pai. Por isso sou contra mulheres que engravidam sem a concordância do parceiro e produções independentes. Não concordo com a visão de que os homens são meros doadores de espermatozóides ou fontes de renda. E quando o pai quer participar efetivamente da criação dos filhos, é preciso dar a ele esse espaço, mesmo que haja mágoas ou ressentimentos pela separação. Os filhos não podem ser os mais prejudicados numa situação criada pelos pais. Estes é que decidiram se casar, procriar e se separar. Por isso, aos pais cabe o ônus dessas escolhas, não às crianças. Uma pena que as pessoas não pensem nisso ao ter filhos.
No caso Sean Goldman, o pai tinha o direito de lutar pela guarda do menino. Tinha o direito de levar o menino para casa após a morte da mãe. Ele é o pai do menino - e não pai biológico como os jornais escreveram. É um pai que sempre quis exercer a sua paternidade. Entendo a dor da família dela, mas a mãe foi responsável pelo sofrimento que o menino passou durante todo o processo. Ela devia ter pensado em como tudo isso ia afetá-lo antes de tomar sua decisão. Se ela tivesse se separado e definido uma rotina de visitação com o ex-marido, o menino teria sido poupado. Nesse caso, o pai fez apenas o que devia fazer, lutar por seu filho.
Acho que vale a pena o alerta. Não se pode achar que as crianças pertencem a um dos lados. Da mesma forma como é preciso de pai e mãe para a concepção, ambos são necessários para sua criação - e têm direito a participar dela.
Carmen Nascimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário