Crianças e adolescentes costumam lavar carros nos semáforos
Quando os carros param no sinal vermelho ele começa a agir. Limpa vidro de um veículo, pede uns centavos para outro e assim, o garoto de apenas 15 anos ganha a vida. O local em que trabalha, a rua, faz parte do cotidiano dele desde os 13 anos, desde que foi expulso da escola, quando cursava a 5ª série.
“Eu fui expulso da escola e parei de estudar, porque não consegui mais vaga em outra e aí ficava em casa. Quando a situação começou a apertar eu decidi trabalhar junto com os meus outros três irmãos lá na Praça da República”. O menino, de aparência cansada, mas ao mesmo tempo alegre, conta que tem outros 13 irmãos, mas que apenas os quatro ficam na rua para ajudar no orçamento da família. “O meu pai é aposentado, mas o dinheiro que ele ganha é pouco e a minha mãe não pode trabalhar”.
Ele diz que trabalha no sinal da avenida Pedro Álvares Cabral, não só para ajudar em casa, mas para comprar suas próprias coisas. “Eu venho para cá às 8h e saio às 17h e consigo ganhar uns R$ 40,00 por dia. Dou para a minha mãe e ela vai guardando”.
A adolescente de 17 anos, que trabalham no mesmo sinal vendendo bombons explica que a independência financeira é o que a leva todos os dias para a rua. “Trabalho com venda desde os 12 anos. Comecei a vender bolo e depois bombons. Eu sempre vendi, porque gosto de trabalhar e ter o meu dinheiro”. Segundo a jovem, seus pais trabalham e ganham o suficiente para sustentá-la, mas prefere ter seu próprio dinheiro. Apesar de sair para vender por vontade própria, a menina conta que trabalhar dessa forma não é muito fácil. “Às vezes a gente escuta umas coisas que não são muito legais”.
Mesmo trabalhando durante a tarde, a adolescente afirma que não parou de estudar e que ainda tem sonho de um dia ser jornalista. Hoje ela faz o 1° ano do Ensino Médio e se prepara para o vestibular. “Tem dias que eu saio daqui cansada, mas chego em casa e estudo. Eu trabalho, mas sei dividir o tempo entre a escola e as outras coisas da vida. Não penso no meu futuro aqui. Quero trabalhar em uma empresa e ganhar bem, com carteira assinada e todos os benefícios”. Assim como eles, outras 246.614 crianças e adolescentes vivem na mesma situação, no Pará, somente crianças com idade entre 05 e 15 anos são 144.159. Apesar de haver um registro de queda de 14%, de 2007 para 2008, o número de crianças e adolescentes com os direitos violados ainda é significativo.
“Eu fui expulso da escola e parei de estudar, porque não consegui mais vaga em outra e aí ficava em casa. Quando a situação começou a apertar eu decidi trabalhar junto com os meus outros três irmãos lá na Praça da República”. O menino, de aparência cansada, mas ao mesmo tempo alegre, conta que tem outros 13 irmãos, mas que apenas os quatro ficam na rua para ajudar no orçamento da família. “O meu pai é aposentado, mas o dinheiro que ele ganha é pouco e a minha mãe não pode trabalhar”.
Ele diz que trabalha no sinal da avenida Pedro Álvares Cabral, não só para ajudar em casa, mas para comprar suas próprias coisas. “Eu venho para cá às 8h e saio às 17h e consigo ganhar uns R$ 40,00 por dia. Dou para a minha mãe e ela vai guardando”.
A adolescente de 17 anos, que trabalham no mesmo sinal vendendo bombons explica que a independência financeira é o que a leva todos os dias para a rua. “Trabalho com venda desde os 12 anos. Comecei a vender bolo e depois bombons. Eu sempre vendi, porque gosto de trabalhar e ter o meu dinheiro”. Segundo a jovem, seus pais trabalham e ganham o suficiente para sustentá-la, mas prefere ter seu próprio dinheiro. Apesar de sair para vender por vontade própria, a menina conta que trabalhar dessa forma não é muito fácil. “Às vezes a gente escuta umas coisas que não são muito legais”.
Mesmo trabalhando durante a tarde, a adolescente afirma que não parou de estudar e que ainda tem sonho de um dia ser jornalista. Hoje ela faz o 1° ano do Ensino Médio e se prepara para o vestibular. “Tem dias que eu saio daqui cansada, mas chego em casa e estudo. Eu trabalho, mas sei dividir o tempo entre a escola e as outras coisas da vida. Não penso no meu futuro aqui. Quero trabalhar em uma empresa e ganhar bem, com carteira assinada e todos os benefícios”. Assim como eles, outras 246.614 crianças e adolescentes vivem na mesma situação, no Pará, somente crianças com idade entre 05 e 15 anos são 144.159. Apesar de haver um registro de queda de 14%, de 2007 para 2008, o número de crianças e adolescentes com os direitos violados ainda é significativo.
Propostas
Durante uma coletiva realizada na manhã de ontem, diversos órgãos e entidades discutiram e apresentaram propostas para combater o trabalho infantil no Estado. Para Roberto Sena, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Socioeconômicos (Dieese/PA), a renda familiar está diretamente ligada aos números de utilização desse tipo de mão-de-obra.
“As famílias que têm crianças trabalhando recebem entre meio e um salário mínimo por mês”. Segundo ele, o trabalho também influencia na frequência escolar. De acordo com o Dieese, do total de crianças no Estado, apenas 33,9% frequentam as escolas. “Muitas crianças deixam de estar nas escolas para trabalhar e ajudar no sustento da família”. Assim foi a vida de Edinelson Barbosa Pinto, 37 anos. Ele começou a trabalhar com 16 anos. “Meu pai deixou a minha mãe com 11 filhos para criar. Com a situação difícil que ela se encontrava, eu decidi ir para a rua trabalhar. Comecei andando em bares, pedindo dinheiro. Depois que cresci fui para o Ver-o-Peso vender saco até chegar a ser vendedor de cheiro do Pará”. Edinelson parou de estudar na 3° série do ensino fundamental.
Hoje ele limpa vidro de carros na avenida Júlio César. “Continuo trabalhando assim, porque não consegui mais emprego e essa foi a única alternativa que tive para trabalhar. Ainda tenho vontade de estudar, mas tenho que escolher pelo estudo ou pelo trabalho”.
“As famílias que têm crianças trabalhando recebem entre meio e um salário mínimo por mês”. Segundo ele, o trabalho também influencia na frequência escolar. De acordo com o Dieese, do total de crianças no Estado, apenas 33,9% frequentam as escolas. “Muitas crianças deixam de estar nas escolas para trabalhar e ajudar no sustento da família”. Assim foi a vida de Edinelson Barbosa Pinto, 37 anos. Ele começou a trabalhar com 16 anos. “Meu pai deixou a minha mãe com 11 filhos para criar. Com a situação difícil que ela se encontrava, eu decidi ir para a rua trabalhar. Comecei andando em bares, pedindo dinheiro. Depois que cresci fui para o Ver-o-Peso vender saco até chegar a ser vendedor de cheiro do Pará”. Edinelson parou de estudar na 3° série do ensino fundamental.
Hoje ele limpa vidro de carros na avenida Júlio César. “Continuo trabalhando assim, porque não consegui mais emprego e essa foi a única alternativa que tive para trabalhar. Ainda tenho vontade de estudar, mas tenho que escolher pelo estudo ou pelo trabalho”.
Diário do Pará
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